PROPRIEDADES PRODUTORAS DE TABACO NO SUL DO BRASIL: CONTRIBUIÇÃO PARA A BIODIVERSIDADE
Resumo
A propriedade fundamental da natureza é a biodiversidade, pois ela é responsável por garantir o equilíbrio e estabilidade dos ecossistemas. A biodiversidade faz referência a diversidade biológica em nosso planeta, constando: diversidade da fauna e flora, bem como de microrganismos, variabilidade genética, variedade de habitats ecossistemas e comunidades, e a variedade de funções ecológicas. Portanto, biodiversidade aborda tanto o número de diferentes categorias biológicas quanto a abundância relativa dessas categorias, oferecendo muitos serviços ecológicos em sistemas agrícolas. Neste contexto, objetivou-se caracterizar por meio de notas avaliativas produtores de tabaco no sul do Brasil com o intuito de calcular a contribuição para a biodiversidade dentro da propriedade. O estudo foi desenvolvido em 45 propriedades rurais localizadas na região sul do Brasil, sendo 15 em cada estado. No Paraná as visitas foram feitas em propriedades localizadas nos municípios de Flor da Serra do Sul e Salgado Filho. Em Santa Catarina nos municípios de Papanduva e Itaiópolis. No Rio Grande do Sul nos municípios de Camaquã, Chuvisca, Dom Feliciano e São Jerônimo. Os produtores foram selecionados por uma empresa do setor fumageiro. A partir das imagens aéreas do satélite do Google Earth Pro, as propriedades foram demarcadas internamente e divididas em área conforme a sua composição paisagística (construção, plantio, campo, mata, fontes de água, ...). Com base nestes dados, foi realizada a avaliação da composição (%) de ocupação espacial de cada espaço dentro da propriedade dos produtores visitados. Após identificar todos os dados de ocupação dentro das áreas da propriedade, foi mensurado um valor conforme o tipo de ocupação da área, recebendo um valor mais alto para as locais que apresentavam maior biodiversidade, diminuindo quando a área era mais degradada e/ou antropizada. Com isso foi inferida uma nota de 0 a 10 conforme a utilização e composição dos espaços dentro da propriedade. Após isso, avaliou-se o potencial ecológico da propriedade num raio de 2 km envolta da mesma. No estado do Paraná nove propriedades tiveram notas acima de 7, porém nenhum acima de 8. O tamanho médio foi de 15 hectares sendo apenas 16% destinado ao cultivo do tabaco. Em Santa Catarina seis produtores tiraram notas superiores a 7, com dimensões similares ao outro estado (16 hectares), porém 30% usado para plantio de tabaco. No Rio Grande do Sul apenas quatro produtores tiraram notas acima de 7. As propriedades com média de 14 hectares, por estarem localizadas em áreas de planície tiveram 42% do espaço destinado ao tabaco. Em relação a amortização, ou seja, a importância da propriedade em contexto regional, a média do Paraná ficou em 1,78, de Santa Catarina em 2,32 e o Rio Grande do Sul alcançou 2,04. Através das notas foi possível avaliar as propriedades de acordo com sua contribuição para a biodiversidade local e regional, evidenciando que existem regiões e produtores que contribuem de forma mais expressiva para a biodiversidade por possuir grandes áreas preservadas principalmente em regiões de encosta que sofrem menos com a antropização. Diferente de regiões de planície que dispõem de grandes áreas cultivadas, diminuindo a contribuição para a biodiversidade.
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