HIMENÓPTEROS PRESENTES EM ÁREA EXPERIMENTAL DE EUCALYPTUS SPP. EM SANTA CRUZ DO SUL, RIO GRANDE DO SUL, BRASIL

Kethlyn Kinberly Vojahn, Marina Rauber, Andreas Köhler

Resumo


Originário da Austrália, o gênero Eucalyptus (L'Hér) (Myrtaceae) foi introduzido em diversos países do mundo com proposito de ser usado em programas de reflorestamento, visto que apresenta alta resistência à diferentes condições climáticas. No Brasil o plantio de eucalipto tem grande importância na produção de celulose, madeira para construção, de carvão ou para produção direta de calor pela queima da madeira, como na cultura do tabaco Nicotiana tabacum L. (Solanaceae). O tabaco necessita passar por um processo de secagem, que pode ser feita em galpões abertos em condições naturais ou em fornos com a utilização de lenha para geração de calor. No setor da fumicultura existe forte incentivo para alcançar a autossuficiência energética, sendo o Eucalyptus spp. a principal fonte. Com a introdução do eucalipto no Brasil ocorreu o registro de vários insetos-pragas associados às espécies plantadas, como é o caso da vespa-da-galha do eucalipto Leptocybe invasa Fisher & La Salle, 2004 (Hymenoptera: Eulophidae), descoberta no país em 2008. O objetivo do presente estudo foi verificar diferentes famílias de Hymenoptera em uma área experimental de Eucalyptus spp. com o intuito de constatar a presença himenópteros parasitoides que possam atuar no controle de L. invasa em campo. No ADET da Japan Tobacco Industry JTI, localizada em Cerro Alegre Baixo, Santa Cruz do Sul, Rio Grande do Sul, Brasil, foram instaladas armadilhas entomológicas do tipo Malaise em quatro pontos amostrais na borda do plantio de eucalipto. Tais armadilhas são específicas para captura de insetos voadores, dos quais são interceptados durante o voo e acabam aprisionados em um recipiente coletor contendo álcool 70%. A cada 15 dias, de julho de 2016 a julho de 2017, o conteúdo do frasco coletor foi retirado e levado para o Laboratório de Entomologia da Universidade de Santa Cruz do Sul (UNISC) para posterior identificação do material armazenado. Todos os insetos coletados foram identificados em nível de ordem e os himenópteros em nível de família, através de bibliografias auxiliares. Apenas L. invasa foi identificada em nível específico. Após a identificação, os táxons foram dispostos em frascos contendo álcool 70%, com suas devidas identificações, e depositados na Coleção Entomológica de Santa Cruz do Sul (CESC). Até o momento, foi coletado um total de 13.086 espécimes, com maior ocorrência no verão, devido às altas temperaturas, apresentando picos nos meses de novembro e dezembro. Diptera foi a ordem mais abundante, com 64% do total de indivíduos, seguida por Hymenoptera e Coleoptera, com 15% e 6%, respectivamente. O restante dos espécimes, classificados como “outros”, representaram 15% do total. Quanto às famílias de Hymenoptera, Eulophidae foi a mais abundante, com 278 indivíduos e, posteriormente, Scelionidade, com 213 e Mymaridae, com 150 indivíduos. Leptocybe invasa, que é o foco deste trabalho, apresentou pouca incidência, devido às baixas temperaturas no inverno e chuvas constantes no ano todo, fatores que levam a espécie à quiescência. Além disso, como o estudo é recente, acredita-se que possam existir himenópteros parasitoides atuando sobre a população de L. invasa. A identificação de himenópteros presentes em um plantio de eucalipto torna-se de suma importância anteriormente a um projeto de controle biológico, uma vez que já se tem conhecimento de parasitoides de Eulophidae atuando como inimigo natural da vespa-da-galha.

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