TEORIAS FEMINISTAS E SUAS CONTRIBUIÇÕES PARA O EMPODERAMENTO DA MULHER MIGRANTE
Resumo
Em um mundo regido pelos critérios de globalização, onde debate-se continuamente o papel e o lugar da mulher em sociedade, na hierarquia familiar, no mercado de trabalho e na política, a mulher migrante, esta que se desloca entre nações e culturas, detém uma tarefa duplamente árdua, ao enfrentar, simultaneamente, os desafios de ser mulher e ser migrante. Nos dias de hoje, o padrão da mulher migrante não é mais de agente passivo, ou seja, a esposa, filha ou mãe trazida de um país. Elas também evoluiram com as teses feministas e hoje são, não raro, chefes de família, ou dividem as tarefas de sustento com seus companheiros de forma igualitária. Estas mulheres mandam dinheiro para suas famílias, em seus países de origeme muitas vezes, migram sozinhas, algumas em busca de condições melhores de vida, e outras de forma forçada, buscando sobreviver. O presente artigo tem como objetivo refletir acerca das contribuições feministas para o estudo de gênero e migração. Precipuamente, discute-se o movimento histórico feminista, no qual identifica-se algumas tendências gerais, principais avanços, impasses mais críticos e desafios propostos. Mister mencionar a importância dos anos 60 e 70, onde o feminismo passou por mudanças de cunho panfletário, para um discurso mais sofisticado. De forma a complementar o estudo, expõe-se a questão da feminização das migrações, dados os novos quadros e estatísticas migratórias, uma vez que a mulher tornou-se sujeito ativo do processo migratório. Porém, numa análise de gênero, a mulher migrante enfrenta o curso migratório de forma mais arriscada, transformando-se num agente vulnerável enquanto faz travessias levando seus filhos consigo, e também ficando à mercê de violências como estupro, discriminações variadas e exposição ao tráfico internacional de pessoas, para fins de exploração sexual, trabalho análogo à escravidão e remoção de órgãos. Ademais, faz-se uma análise das teorias feministas aplicadas ao estudo migratório, enquanto conjunto de ideias e normas sociais a serem trabalhadas para a continuidade do empoderamento da mulher que migra. Para tanto, usou-se o método hipotético-dedutivo, baseado em levantamento bibliográfico. Conclui-se que as teorias feministas e os estudos de gênero representam importantes contribuições para os estudos migratórios, trabalhando na construção de uma sociedade que acredita no empoderamento da mulher migrante, como ferramenta social indispensável para o fim da discriminação e busca pela igualdade e dignidade dela e de todos que a cercam.
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