O PERFIL SOCIOECONÔMICO E O USO DE TECNOLOGIAS DE INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO (TIC) PELA AGRICULTURA FAMILIAR NO VALE DO CAÍ

Luana de Souza Barcelos, Douglas Ritt, Silvio Cezar Arend, Cidonea Machado Deponti

Resumo


O presente resumo refere-se ao projeto de pesquisa e de extensão denominado "O uso e a apropriação de TICs pela agricultura familiar no Vale do Caí - RS", financiado pelo edital do MCTI/CNPq. O objetivo deste trabalho é traçar o perfil socioeconômico dos agricultores familiares do Vale Caí e verificar o uso das TIC (tecnologias de informação e comunicação) pelos agricultores familiares do Vale do Caí. Tal projeto conta com a parceria da EMATER/ASCAR-RS, do Sindicato dos Trabalhadores Rurais do município de Montenegro-RS, das escolas rurais situadas no Vale do Caí, dos alunos dos cursos de Administração e Ciências Contábeis do Campus da UNISC em Montenegro. O número de estabelecimentos de agricultores familiares na região, de acordo com Censo Agropecuário 2006, é de 9.416. Destes foram escolhidos os 8 municípios com maior número de estabelecimentos de agricultura familiar, a saber: Montenegro, Bom Princípio, Brochier, São Sebastião do Caí, Maratá, Pareci Novo, Salvador do Sul e Feliz, totalizando uma amostra de 375 agricultores, tendo como critério para seleção  a  caracterização  do agricultor como familiar de acordo com a Lei nº 11.326/96. Para esses agricultores foram aplicados formulários de entrevistas semiestruturados com informações socioeconômicas e culturais que serviram de base para a formação do perfil dos agricultores estudados e questões relativas ao uso e a apropriação das TIC.  Essas informações foram tabuladas no Programa Statistical Package for Social Sciences (SPSS). No tocante ao primeiro objetivo, verificou-se o estado civil, a idade, o arranjo familiar e as condições de moradia. Também descrito quanto à escolaridade, à renda e às atividades desenvolvidas nas propriedades, onde destaca-se a silvicultura, citricultura, a criação de gado de leite, a olericultura, a agricultura e a avicultura. Quanto ao segundo objetivo verificou-se que: a) o número de somente 16 propriedades não possuem bens de comunicação e de informática (telefone celular, microcomputador de mesa/desktop, notebook e tablet), ao passo que 20 propriedades (5,3%) possuem os quatro tipos de equipamentos. No que se refere especificamente à posse de celular, apenas 19 entrevistados evidenciaram não o possuir. Do total de 375 entrevistados, 129 revelaram possuir computadores, 154 possuem notebook e 50 informaram possuir tablet. Como há a possibilidade de uma propriedade ter mais de um dos equipamentos, o cruzamento de respostas apresentou 58 propriedades possuem computador e notebook, enquanto que 16 propriedades não têm nem celular, nem computador, nem notebook e tablet; b) a frequência diária de uso de notebook/tablet/computador é corriqueira para pouco menos da terça parte das propriedades entrevistadas (apenas 33,6 % das propriedades usam diariamente), enquanto que quase a metade não usa equipamentos de informática; c) ao acesso à internet, constata-se que 46,1% dos entrevistados acessam diariamente a rede, enquanto que 11,7% acessam pelo menos uma vez por semana. O acesso diário à internet mais frequente é de até uma hora diária (29,6%), mas considerando que 37,9% não acessam a internet (142 propriedades) e que 150 propriedades não têm nem computador de mesa nem notebook. Assim, concluiu-se que os agricultores familiares do Vale do Caí apresentam acesso às TICs, embora o uso e a disseminação de conhecimentos e de tecnologias pela rede mundial de acesso à informação representa obstáculo a ser vencido na região.


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