O Projeto de Pesquisa "A circulação como instância reconfiguradora do jornalismo midiatizado” possui, entre seus componentes, pesquisadores em três estágios de formação: a) doutores e mestres; b) graduados e c) graduandos. O grupo "a" trabalha, desde agora, estudando a circulação como reconfiguradorado jornalismo midiatizado. O segundo grupo "b" e "c" , busca instrumentalizar-se metodologicamente; ou seja, pensar a pesquisa em processo na perspectiva do método, principalmente, a partir de Demo (2000) e Marre (1991). A opção de análise recaiu sobre o romance Cem Anos de Solidão, publicado originalmente em 1967 e de autoria do escritor colombiano Gabriel Garcia Marquez. Trata-se de uma obra relevante aos primeiros movimentos de pesquisa dos jovens pesquisadores por quatro motivos, a saber: 1º representa um marco na literatura latino-americana, inserindo-se em um contexto que se destaca pela emergência, em nível mundial, de autores como Julio Cortázar, Mario Vargas Llosa, Carlos Fuentes e outros, e que se estende por pelo menos uma década; 2º esta emergência está diretamente relacionada ao fato de as obras dos referidos autores terem sido traduzidas e circularem, portanto, para além de seus países, tendo ganho notoriedade não apenas por sua relevância, mas, também, pela visibilidade que tiveram a partir do momento em que se tornaram notícia, via sistema midiático; 3º seu autor, Gabriel Garcia Marques, além de romancista era jornalista, ou seja, conhecia a lógica de funcionamento da mídia, tendo trabalhado em diversos jornais, inclusive na condição de correspondente internacional na Europa e em Nova York; 4º representa, em essência, as duas áreas de conhecimento envolvidas na pesquisa, ou seja, o Programa da Pós-graduação e Letras e o Departamento de Comunicação Social da Unisc. O percurso metodológico se iniciou com a leitura da obra. Em um segundo momento, discutiu-se as abordagens possíveis para o desenvolvimento de um primeiro artigo. Optou-se, considerando, de um lado, que a obra se insere na categoria “realismo fantástico” e  de outro, que a midiatização reconfigura, entre outros a temporalidade das narrativas, em estudar, nela, a categoria tempo. Ato contínuo, definiu-se quais as subcategorias de tempo seriam observadas na pesquisa e como elas poderiam ser identificas, assim descritas: 1) Tempo Cronológico: é o tempo que se manifesta na vida das pessoas, no sentido biológico da expressão; 2) Tempo Natural: está relacionado à incidência de fenômenos naturais; 3) Tempo Socio-Histórico: é o tempo percebido em sua relação com as cidades (que surgem, crescem, desaparecem) e destas com as pessoas; 4) Tempo Psicológico: temporalidade que se materializa no registro de subjetividades envolvendo os personagens da narrativa.