Esse estudo é parte integrante da pesquisa Educação Popular e Pesquisa Ação-Participante: processos emancipatórios e (des)colonialidade na América Latina que possui como objetivo compreender a educação popular e pesquisa-ação participante como respostas descoloniais na América Latina, bem como seus processos emancipatórios. Frente à isso, o presente trabalho tem nas experiências educativas das mulheres, o seu foco. Para tal, acredita-se que as mulheres do campo assumem um importante papel na pequena propriedade, na educação e nas questões econômicas que envolvem a família e o trabalho no campo. A metodologia de pesquisa tem como base de informações os trabalhos apresentados e publicados no GT06- Educação Popular da Associação Nacional de Pós-Graduação em Pesquisa em Educação–ANPED referentes às últimas cinco Reuniões Nacionais, ocorridas entre os anos de 2010 e 2015.  Além disso, através de uma busca com as palavras mulheres e campo se identificou um conjunto de trabalhos no qual se realizou análise de conteúdo. De um total de 61, 16 trabalhos abordam as mulheres como temática de pesquisa, sendo que apenas 3 possuem a relação mulher-campo como foco de discussão. Os demais trabalhos vinculados tratam sobre: mulheres prostitutas, mulheres penitenciárias, feminismo, mulheres indígenas, mulheres cozinheiras, mulheres e cuidado, metodologia feminista, mulher e docência e, por fim, mulheres artesãs.  Identificou-se que as principais temáticas que constituem as pesquisas com mulheres camponesas são processos educativos desencadeados por suas práticas de cuidado à saúde e à educação. Identificou-se, também, que as relações e compreensões relacionadas às mulheres e o campo aparecem, com relevância, vinculadas ao cuidado, inédito viável, processos educativos e Pedagogia Popular. Pode-se concluir, também, a partir das reflexões acerca da presença das mulheres campesinas como temática de trabalho, e a presença das pesquisas no que se relaciona ao papel delas ainda é considerado “ajuda”, mais estritamente relacionado aos processos que envolvem cuidado com a casa, crianças, não relacionados ao trabalho primário. Essa pode ser considerada uma das justificativas da pouca quantidade de trabalhos científicos que abordem a mulher como temática e papel central no campo. Assim como encontramos justificativas em um dos próprios resumos analisados, atentando que as mulheres sentem vergonha de dizer o que fazem quando este se trata somente do trabalho doméstico, embora as mesmas continuam fazendo-o.