ABSORÇÃO DE ÁGUA POR CAPILARIDADE EM CONCRETOS COM E SEM ADIÇÃO DE PRODUTOS DE PROTEÇÃO

Mauricio Angelo Kohls, João Víctor Pereira Abdalla, Hedelvan Emerson Fardin, Cibelle Melo Holzschuh, Cassia Paula Gabe, Camila Crauss

Resumo


O concreto é um material poroso e praticamente todos os processos e mecanismos que provocam a sua deterioração estão relacionados com a facilidade com que a água (pura ou contaminada) se move através deste material. O concreto tem sua porosidade (volume, dimensão e interconectividade entre seus poros) regida por características intrínsecas aos seus materiais e a sua dosagem. Quanto mais fino for o cimento utilizado e quanto menor for a relação água/cimento (a/c) menor será a porosidade do concreto. A água no concreto fresco tem a função de hidratar o cimento para desenvolver suas características de resistência, no entanto a água em excesso será evaporada, e o seu caminho em direção a superfície do concreto cria redes de poros que serão a fragilidade do concreto no estado endurecido. Após o processo de hidratação, a estrutura de concreto fica exposta à água em forma de intempéries nas fachadas, ou lençol freático no solo em contato com as fundações. Neste último caso o mecanismo de absorção por capilaridade tem grande importância. Neste processo a água ascende, contra a gravidade, através dos poros capilares do concreto. A presença da água, mesmo pura é um problema principalmente para as armaduras contidas no concreto, se houver oxigênio e a despassivação do aço a presença da água permite a corrosão das armaduras. A água também pode carregar agentes agressivos ao concreto ou ao aço. Por exemplo, águas com sulfatos provocam no concreto uma reação expansiva que pode gerar fissuras e lascamento que aceleram o processo de deterioração, águas salinas (cloreto de sódio) promovem a despasivação das armaduras desencadeando o processo de corrosão. Alguns produtos de proteção podem dificultar a entrada de água nas estruturas de concreto, como produtos impermeabilizantes de superfície das mais diversas composições, utilizados amplamente em elementos de fundação em contato com umidade (por exemplo: vigas baldrame). Já os produtos de proteção cristalizantes são adicionados no concreto durante a sua mistura, no estado fresco, atuando em toda a matriz do concreto e não somente na sua superfície. Estes produtos cristalizam nos poros resultantes do processo de hidratação do cimento, e os fabricantes indicam que ao utilizar estes produtos a fase de impermeabilização pode ser descartada. O concreto deste estudo foi confeccionado com materiais comuns na região (areia, brita 1 e cimento CP IV – 32) que foram previamente ensaiados e caracterizados, demonstrando conformidade para uso em concretos. A presente pesquisa teve como objetivo a verificação da absorção de água por capilaridade em concretos com e sem adição de produtos de proteção cristalizantes. Os resultados indicam que houve uma redução do total de água absorvida por este mecanismo nos concretos com a adição dos produtos aos 28 dias. Um novo ensaio será realizado aos 91 dias após a mistura para verificar se para idade mais avançada os produtos cristalizantes continuam agindo no interior do concreto.


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