INOVAÇÃO COM CPAP PORTÁTIL EM PACIENTES DPOC: APLICABILIDADE E RESULTADOS DURANTE TC6M

Gabriela Fink Ramos, Guilherme Dionir Back, Ítalo Rosa Policena, Jorge André Moraes, Renata Trimer, Andréa Lúcia Gonçalves da Silva

Resumo


A Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica (DPOC) é uma doença comum, prevenível e tratável, porém crônica e progressiva, que se caracteriza por sintomas respiratórios persistentes e limitação do fluxo aéreo devido a um processo inflamatório anormal nas vias aéreas. Uma das alternativas para tratamento dos sintomas é o uso da pressão positiva contínua (CPAP), que promove uma tala pneumática e mantém as vias aéreas prévias. O CPAP necessita de fonte elétrica para funcionamento, o que o torna fixo e dificulta seu uso durante atividades de vida diária. Foi construído um sistema de alimentação portátil (SAP) para utilização portátil do CPAP. O SAP foi construído com1 bateria estacionária de 12Volts/7Amperes acoplada a um inversor de frequência de 1000w com entrada de 12vcc e saída de 220vac. O carregador utilizado foi um modelo automotivo de 5Ah, com tempo de 1:30 hora para carga completa. O inversor de frequência e a bateria foram montados dentro de uma caixa plástica para proteger as conexões elétricas. O objetivo foi avaliar o uso CPAP portátil com 7 cmH2O e avaliar o desempenho dos sujeitos com DPOC durante teste de caminhada de seis minutos.  Estudo de delineamento transversal, com amostragem de conveniência composta por pacientes com DPOC do programa de Reabilitação Pulmonar do Hospital Santa Cruz. Os sujeitos passaram por avaliação clínica e realizaram o TC6m sem e com uso do CPAP portátil. A partir do delta de variação da distância percorrida no TC6m com CPAP comparado ao TC6m padrão(dTC6m= TC6mCPAP – TC6m), os pacientes foram estratificados conforme o seu desempenho em dois grupos: Grupo 1 (G1; n=7) aqueles que tiveram maior distancia percorrida e Grupo 2 (G2; n=11) aqueles tiveram menor distancia percorrida no dTC6m. Foram analisadas as variáveis clínicas e antropométricas (sexo, idade, função pulmonar, estadiamento da doença, força muscular respiratória e de pressão palmar- FPP, índice de massa corporal-IMC) de cada grupo. Para análise estatística utilizou-se programa SPSS-23.0, considerando significativo um p=0,05.  Calculada variação entre as distâncias do TC6m, observou diferença significativa entre os grupos: G1 [dTC6m = 17,4 (3-47,4)m]vs G2 [dTC6m =30,6(3,6-49,8)m], p<0,001.Para as demais variáveis nenhuma diferença significativa foi encontrada até o momento.Ambos os grupos apresentaram maior frequência do sexo masculino (G1=71,4%; G2=81,8%, p=0,605), idade adulta avançada (G1=69,3±9,2; G2=65,2±6,9 anos, p=0,136), estadiamento da DPOC moderado a muito severo (VEF1:G1=52,3±23,0%; G2=39,9±11,1%predito, p=0,211), IMC variando entre magreza e obesidade (p=0,814). A distância percorrida no TC6m foi semelhante entre os grupos (G1=393,1±57,7m; G2=330,0±72,1m;p=0,127). Associações foram observadas apenas no G2: entre TC6m e VEF1 (r=0,736, p=0,010); entre TC6m+CPAP com VEF1 (r=0,645, p=0,032) e FPP dominante (r=0,691, p=0,019); entre dTC6m e PEmax (r=0,609, p=0,047).  O uso CPAP portátil com de 7cmH2O durante TC6m não tem demonstrado efeito positivo para a maioria dos pacientes com DPOC. No grupo com pior dTC6m, a obstrução das vias aéreas, a força muscular expiratória e periférica parecem ser os fatores que determinaram o pior desempenho durante o teste. Nosso número amostral necessita ser ampliado para inferir melhor sobre os resultados.

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