BAIXOS NÍVEIS DE APTIDÃO CARDIORRESPIRATÓRIA ASSOCIADOS COM EXCESSO DE PESO EM ADOLESCENTES: ESTUDO DE BASE POPULACIONAL ESCOLAR

Bruna Hister de Souza, Ana Paula Senh, Letícia de Borba Schneiders, Cézane Priscila Reuter

Resumo


Atualmente, os adolescentes apresentam baixos níveis de atividade física e de aptidão cardiorrespiratória (APCR) e um alto nível de Índice de Massa Corporal (IMC), sendo estes alguns indicadores para o desenvolvimento de fatores de risco cardiometabólicos, entre eles a presença de sobrepeso e obesidade. Dessa forma, torna-se fundamental a avaliação precoce dos fatores de risco, desde a infância e adolescência. A pesquisa tem como objetivo verificar se o nível de APCR está associado com a presença de excesso de peso em adolescentes. Para isso, realizou-se um estudo transversal, composto por 909 adolescentes, de ambos os sexos, entre 10 e 17 anos, pertencentes a zona urbana e rural do município de Santa Cruz do Sul, RS – Brasil, avaliados em 2011/2012. Ressalta-se que o estudo faz parte de uma pesquisa mais ampla, de caráter longitudinal, que reavaliará os sujeitos em 2019/2020. Foi utilizado questionário autorreferido para avaliação de dados sociodemográficos, como idade, zona de moradia e nível socioeconômico. Foram avaliados o IMC, que foi classificado em baixo peso, eutrofia, sobrepeso e obesidade, de acordo com os pontos de corte da Organização Mundial da Saúde e o nível de APCR, classificado em normal e indicador de risco, segundo os protocolos do Projeto Esporte Brasil – PROESP-BR. Para a análise estatística dos dados foi utilizado o programa SPSS v. 23.0. Utilizou-se a análise descritiva, expressa em frequência absoluta e relativa, bem como regressão logística, por meio dos valores de razão de chances (OR; odds ratio), considerando intervalo de confiança (IC) de 95% e valores significativos para p<0,05.  Dos sujeitos avaliados, 56,0% são do sexo feminino, 56,0% moram em zona urbana e 54,9% tem nível socioeconômico A-B. Com relação ao IMC, 17,8% se encontram com sobrepeso e 13,1% com obesidade. Para a APCR, 53,7% classificam-se como indicador de risco. Os adolescentes classificados como indicador de risco para a APCR possuem mais chances de desenvolver excesso de peso, tanto para o sexo masculino (OR= 2,09; IC 95%= 1,35-3,26), quanto para o sexo feminino (OR= 2,09; IC 95%= 1,36-3,22). A pesquisa concluiu que os baixos níveis de APCR estão associados ao desenvolvimento de sobrepeso e obesidade em adolescentes. Ressalta-se que apesar deste projeto ser um estudo longitudinal, no presente momento são apresentados dados transversais dos anos 2011/2012. Os sujeitos do presente estudo serão reavaliados nos anos de 2019/2020, para acompanhamento e avaliação do nível de saúde atual dos sujeitos. 

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