DOR LOMBAR E A RELAÇÃO COM A PRODUÇÃO DE FORÇA DOS MÚSCULOS EXTENSORES DE TRONCO E INDICADORES ANTROPOMÉTRICOS EM TRABALHADORES RURAIS

Cassiano Severgnini, Miriam Beatris Reckziegel, Hildegard Hedwig Pohl

Resumo


O trabalho rural possui demandas físicas e fisiológicas que requerem observação e monitoramento de riscos ergonômicos e psicossociais, como forma de prevenir possíveis adoecimentos desses trabalhadores. A atividade rural requer maior esforço físico, movimentos repetitivos e posturas incorretas, que aumentam as possibilidades de apresentarem desconforto, deficiência laborativa, distúrbios posturais e até mesmo lesões em algumas partes do corpo, sendo a região da lombar a mais afetada. Como decorrência, a presença de dor lombar pode acarretar a diminuição do esforço físico e, consequentemente, das atividades laborativas, ocasionando perda de força da musculatura lombar, fragilizando a região e agravando o quadro clínico. O objetivo deste trabalho foi identificar a relação da dor lombar com a produção de força da musculatura extensora de tronco e verificar as possíveis diferenças no índice de massa corporal (IMC) e no percentual de gordura (%G) em trabalhadores rurais.  A amostra contou com 31 trabalhadores rurais, de ambos os sexos, na faixa etária de 35 a 55 anos. Os participantes foram divididos em dois grupos de acordo com a presença ou ausência de dor na região lombar (sintomáticos e assintomáticos). Para a identificação da presença de dor nesta região, foi usada a Escala Visual Analógica (EVA), e para a avaliação da composição corporal a bioimpedância (InBody 720). Na sequência foi a avaliada a capacidade de produção de força da musculatura extensora do tronco, a partir da contração isométrica voluntária máxima (CIVM), com o dinamômetro acoplado ao aparelho digital EMG800C-432 (EMG System do Brasil, Curitiba, PR, Brasil). Os dados foram analisados pelo software SPSS versão 23.0, através de estatística descritiva (média e desvio padrão), a normalidade realizada pelo Teste de Shapiro Wilk e posteriormente aplicado o Teste T de Student e U de Mann-Whitney.  Observou-se que o grupo sintomático apresentou média de idade mais elevada (diferença de 4 anos), assim como IMC e %G mais elevados que o grupo assintomático. Com relação à força dos músculos extensores de tronco, o grupo assintomático apresentou maior nível de força 31,1 Kgf (±18,3) comparado ao grupo sintomático 17,0 Kgf (±11,3) (p=0,016). Diante dos resultados observados, podemos concluir que trabalhadores rurais com dor na região da lombar demonstraram menor capacidade de produção de força da musculatura extensora de tronco, assim como indicadores antropométricos mais elevados. Cabe destacar a importância do projeto “Triagem de fatores de risco relacionados ao excesso de peso em trabalhadores da agroindústria usando novas tecnologias analíticas e de informação em saúde”, que possibilitou, a partir da avaliação dos trabalhadores, a decorrente orientação sobre comportamentos preventivos.

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