PREVALÊNCIA DE TRAUMATISMO DENTÁRIO NA DENTIÇÃO DECÍDUA NO MUNICÍPIO DE SANTA CRUZ DO SUL (RS)

JULIA DAL MOLIN LIMBERGER, THIAGO MACHADO ARDENGHI, RENITA BALDO MORAES

Resumo


O traumatismo dentário está entre as alterações, agravos e lesões bucais que tem despertado interesse crescente nos estudos epidemiológicos. Ele abrange desde uma pequena fratura em esmalte, até casos mais complexos, envolvendo perda dentária e comprometimento periodontal, ósseo e dos tecidos moles. É considerado um problema de saúde pública que pode interferir negativamente na vida das crianças, provocando efeitos físicos e psicológicos nas crianças e nos seus pais. Considerando que traumatismos em dentes decíduos podem lesionar o germe dos dentes permanentes, é importante criar estratégias de saúde para sua identificação e prevenção, evitando futuros danos. O objetivo deste trabalho foi avaliar a prevalência do traumatismo dentário na dentição decídua, o tipo de traumatismo dentário mais frequente e os dentes mais acometidos. Essa pesquisa faz parte de um levantamento epidemiológico que avaliou a saúde bucal de crianças de 2 a 5 anos de idade, matriculadas em 18 Escolas Municipais de Ensino Infantil (EMEIs), na área urbana do município de Santa Cruz do Sul, RS. Para esse fim, posteriormente a aprovação no Comitê de Ética em Pesquisa da UNISC e o consentimento dos pais ou responsáveis, através do termo de consentimento livre e esclarecido, foi efetuado um estudo transversal. O traumatismo dentário foi avaliado por três examinadores previamente treinados e calibrados (kappa 0,73 a 0,94), utilizando os critérios de O’Brien. O mesmo classifica os dentes de acordo com as seguintes condições: sem trauma; somente fratura em esmalte; fratura de esmalte e dentina; fratura de esmalte e dentina com envolvimento pulpar; sinais de comprometimento da polpa sem sinais de fratura; dente perdido devido a trauma; ou outro trauma. Os dentes avaliados foram os incisivos decíduos superiores. Os exames clínicos foram realizados de abril a novembro de 2016, nas escolas em que as crianças estavam matriculadas, sob luz natural. Fizeram parte do estudo 447 crianças, sendo 221 meninas (49,44%) e 226 meninos (50,56%), das quais, 142 (31,77%) apresentaram traumatismo dentário. O tipo mais frequente de traumatismo dentário encontrado foi a fratura de esmalte (78,24%), seguido de fratura de esmalte e dentina (7,25%) e envolvimento pulpar sem fratura (7,25%). Com menor prevalência foram observados dentes perdidos por trauma (3,63); outros danos, como intrusão (2,07%); e dentes com fratura coronária e envolvimento pulpar (1,56%). O dente mais afetado foi o 61 (39,90%); seguido dos dentes 51 (37,82%); 62 (11,92%); e 52 (10,36%). Esse estudo mostrou uma elevada prevalência de traumatismo dentário entre os pré-escolares de Santa Cruz do Sul (RS), sendo a fratura de esmalte o traumatismo mais encontrado, e os incisivos centrais superiores os dentes mais afetados.

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