POTENCIAL DE PREDAÇÃO ENTRE NEOSEIULUS CALIFORNICUS E PHYTOSEIULUS MACROPILIS (ACARI: PHYTOSEIIDAE) ALIMENTANDO-SE DE TETRANYCHUS URTICAE (ACARI: TETRANYCHIDAE) EM CONDIÇÕES LABORATORIAIS

Gustavo Henrique Lambert, João Carlos Siebert, Juliana Granich, Wesley Borges Wurlitzer, Noeli Juarez Ferla, Eduardo Alexis Lobo Alcayaga

Resumo


Os ácaros predadores pertencentes à família Phytoseiidae são considerados eficientes agentes de controle biológico de ácaros fitófagos em sistemas de produção, entretanto o real desempenho destes agentes de controle biológico ainda carece de dados científicos sobre seu potencial uso em diferentes culturas e pragas. Dentre as famílias acarinas de maior expressão por seu potencial uso no controle biológico destaca-se Phytoseiidae, dentre os ácaros de maior ocorrência em estudos já realizados em diferentes culturas podem-se destacar os ácaros Neoseiulus californicus (McGregor) e Phytoseiulus macropilis Banks (Acari: Phytoseiidae). A utilização de ácaros predadores é uma estratégia viável de controle biológico, sendo assim, a experimentação cientifica necessária para a criação de técnicas de manejo adequadas para a utilização da mesma de forma mais eficiente possível, garantindo a eficiência de seu uso, aumentando assim a produção e diminuindo os custos do produtor, viabilizando uma produção lucrativa e saudável. Neste contexto, a pesquisa objetivou comparar a eficiência dos ácaros predadores Neoseiulus californicus e Phytoseiulus macropilis (Acari: Phytoseiidae) alimentando-se de Tetranychus urticae (Koch) (Acari: Tetranychidae) em condições laboratoriais. Os experimentos foram conduzidos no laboratório LABACARI da Universidade do Vale do Taquari - UNIVATES, sendo que a realização dos ensaios foi através de arenas de água confeccionadas com discos foliares de Gerbera jamesonii. Foram analisadas as respostas predatórias dos ácaros predadores em diferentes disponibilidades de seu recurso alimentar, sendo realizados testes com 3, 5, 10, 15 e 20 T. urticae por arena, tendo quinze repetições para cada concentração alimentícia para cada ácaro predador. Em cada uma das arenas um predador foi adicionado a fim de ser analisado seu comportamento predatório, sendo sempre fêmeas adultas, previamente datadas a fim de garantir sua viabilidade reprodutiva durante todo o período avaliatório. A sobrevivência do predador, sua ovoposição, e a predação dos T. urticae foram avaliados diariamente durante um período de 96 horas. Os resultados demostraram uma tendência de maior permanência no ambiente da espécie N. californicus mesmo quando sujeito a baixa disponibilidade de alimento, sendo que o mesmo não se observou para P. macropilis que sobre baixas concentrações alimentícias evade-se do local, tendo havido diferenças significativas nesta condição (p<0.05). Quando em altas concentrações alimentícias P. macropilis se mostrou mais voraz, consumindo uma quantidade maior de ácaros em menor tempo, sendo assim, recomendado para o controle de infestações mais vigorosas, enquanto o N. californicus se apresenta como um bom agente de controle populacional em cultivos que apresentam baixos números de ácaros praga. Portanto, o desenvolvimento de técnicas de manejo para diferentes situações se faz necessário, já que as espécies demostram comportamentos distintos, sendo recomendada a sua utilização em conjunto.


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