COMPORTAMENTO DOS SINAIS VITAIS E DA PERCEPÇÃO DE ESFORÇO E DISPNEIA APÓS O TESTE DE VELOCIDADE DA MARCHA DE SEIS METROS EM PACIENTES SUBMETIDOS À REVASCULARIZAÇÃO MIOCÁRDICA E TROCA VALVAR
Resumo
As doenças cardíacas são uma das maiores causas de mortalidade no mundo. As cirurgias cardíacas (CC) são uma forma eficaz para aumentar a sobrevida e reduzir a morbidade, porém, apesar dos avanços tecnológicos para prolongar a vida dos pacientes, tais cirurgias podem causar algumas complicações. No pós-operatório (PO), as complicações de maior ocorrência são as que acometem o sistema musculoesquelético, como a fraqueza muscular periférica e respiratória e a diminuição da capacidade funcional. O Teste de Velocidade da Marcha de Seis Metros (TV6m) se constitui em método de avaliação da capacidade funcional e sua aplicabilidade e validade no PO de CC ainda é escassa. Avaliar o comportamento de variáveis fisiológicas (sinais vitais) e percepção do esforço de pacientes submetidos ao TV6m no PO de cirurgia cardíaca. Estudo longitudinal que avaliou pacientes de ambos os sexos entre 30 e 80 anos, submetidos a cirurgia de revascularização miocárdica (CRM) ou de troca valvar e clinicamente estáveis. Foram excluídos aqueles que vieram a óbito durante a internação, quando houvesse intercorrência ao realizar o TV6m e quando ocorresse alta hospitalar antes do TV6m no PO. Realizadas análises dos dados clínicos e antropométricos e avaliados a frequência cardíaca (FC), frequência respiratória (FR), pressão arterial sistólica (PAS), pressão arterial diastólica (PAD) e saturação periférica de oxigênio (SPO2). A percepção de esforço e de dispneia foi avaliado por meio da Escala de Borg. Os sinais vitais e a percepção do esforço foram avaliadas antes e imediatamente após a aplicação do TV6m, tanto no pré-operatório quanto no pós-operatório tardio (POt). Foram avaliados 50 indivíduos, sendo 38 do sexo masculino, com média de idade de 62,18 ± 9,81 anos e índice de massa corporal de 27,61±3,75 Kg/m2. Da amostra total, 26 foram submetidos à CRM, 22 indivíduos foram submetidos à troca valvar aórtica e 2 indivíduos foram submetidos a ambos os procedimentos. Foi observado aumento da PAS (p= 0,003), FC (p= 0,002), FR (p= 0,002), SpO2 (p= 0,002), percepção de fadiga e dispneia (p= 0,001) após a realização do TV6m no pré-operatório. No POt foi evidenciado aumento significativo da FC (p= 0,001), percepção de fadiga (p= 0,003), dispneia (p= 0,017) e FR (p<0,001), imediatamente após a realização do teste. Foi observado menor variação da PAS (p= 0,016) e percepção de dispneia (p= 0,016) do pré para o pós-operatório. No pré-operatório, a média de velocidade no TV6m foi de 1,44±0,40 m/s e no POt foi de 0,96 m/s, tendo sido evidenciada assim, redução do desempenho físico no pós-operatório tardio. Foi evidenciada redução da velocidade da marcha avaliada pelo TV6m após a realização de revascularização miocárdica e troca valvar. O teste não ocasionou alterações nos sinais vitais ao ponto de causar instabilidade clínica, com redução da variação da PAS e da dispneia do pré para o pós-operatório tardio, demonstrando ser seguro e bem suportado pelos indivíduos que realizaram os referidos procedimentos cirúrgicos.
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