O manejo dietético adequado é de suma importância para a manutenção da saúde e para que ocorra mudanças favoráveis na composição corporal, como redução da gordura corporal e ganho de massa muscular, além de influenciar de forma positiva no desempenho desportivo, incluindo praticantes de academia. Contudo, o consumo hídrico também precisa estar adequado a demanda do praticante de exercício físico, pois a desidratação pode causar prejuízos à saúde e afetar a performance muscular. O objetivo da pesquisa é associar o consumo alimentar e hídrico com as variáveis antropométricas entre praticantes de academia. Trata-se de uma pesquisa descritiva transversal, realizada no município de Santa Cruz do Sul/RS, aprovado pelo comitê de ética em pesquisa da UNISC (CAAE: 66969817.0.0000.5343, parecer 2.020.070). Participaram do presente estudo, indivíduos matriculados e praticantes de academias, as quais possuem profissional de educação física registrado no Conselho Regional de Educação Física (CREF2/RS) e aceitaram participar da pesquisa, com idade igual ou superior a 18 anos e que se encontravam em condições apropriadas para realização do teste de bioimpedância. Para avaliar o consumo alimentar e hídrico primeiramente aplicou-se recordatórios alimentares de 24h (dois semanais e um de final de semana). Posteriormente, quantificou-se o consumo alimentar e hídrico utilizando o programa DietWin^® e então avaliou-se a adequação do consumo dos nutrientes conforme as recomendações da Sociedade Brasileira de Medicina do Exercício e do Esporte. Para a avaliação corporal mensurou-se peso, índice de massa corporal (IMC), massa muscular, gordura corporal, gordura visceral e água corpórea utilizando balanças elétricas de bioimpedância, modelo e marca OMRON^® HBF-514C e GTECH^® GLASS 4FB. Os valores obtidos para cada variável antropométrica foram classificados conforme as referências preconizadas pelo fabricante das balanças. A análise de dados foi realizada no programa Statistical Package for Social Sciences (SPSS) versão 20.0 (Chicago, IL), utilizando-se o teste qui-quadrado (X2) para a associação entre as variáveis. O p<0,05 foi utilizado como nível de significância. A amostra do estudo foi composta por 65 praticantes de academias, de ambos os sexos (53,8% do sexo masculino) e idade média de 40,28±14,25 anos. Quando associado o consumo alimentar e hídrico com as variáveis antropométricas, a ingestão de carboidratos associou-se significativamente apenas com o IMC, observando-se que 32,3% dos praticantes que apresentaram baixo consumo de carboidratos estavam com sobrepeso (p=0,027). O consumo de lipídios associou-se significativamente com a gordura visceral (p=0,008), IMC (p=0,015) e o conteúdo de água corporal (p=0,012), mostrando uma prevalência de 67,7% de indivíduos com consumo de lipídios adequados e gordura visceral normal e 49,2% de indivíduos com o IMC normal e 20,05% com o conteúdo de água corporal normal. A ingestão proteica e hídrica não se associou significativamente com as variáveis antropométricas (p>0,05). No presente estudo, verificou-se uma maior prevalência de baixo consumo de carboidrato entre os indivíduos com sobrepeso e de consumo adequado de lipídios entre os indivíduos com gordura visceral, IMC e água corporal normais. Já, o consumo proteico e hídrico não se associou com as variáveis antropométricas.