A Rede de Cuidados à Saúde da Pessoa com Deficiência (RCPcD) no Sistema Único de Saúde (SUS) organiza-se nos componentes da Atenção Básica, Especializada e Hospitalar e de Urgência e Emergência. Seus pontos de atenção articulam-se por meio de conjuntos de ações e procedimentos, entre elas, as de educação permanente em saúde (EPS), voltadas aos trabalhadores de saúde, que permitem a qualificação dos processos e fluxos do cuidado.  O objetivo foi investigar e comparar ações de educação permanente em saúde desenvolvidas na RCPcD.  O estudo bibliográfico, descritivo considerou dados finais do relatório do projeto “Estratégias de Educação Permanente em Saúde na Rede de Atenção à Pessoa com Deficiência”, desenvolvido em 2017-2018 pelo Grupo de Estudos e Pesquisa em Saúde (GEPS) da Universidade de Santa Cruz do Sul (UNISC) nos 13 municípios de abrangência da 13ª Coordenadoria Regional de Saúde. Sendo aprovado pelo Comitê de Ética e Pesquisa-UNISC, parecer 1.300.666. Realizou-se abordagem comparativa, tipo qualitativo, entre ações de EPS desenvolvidas no decorrer do projeto supracitado com outros estudos de mesmo enfoque. A coleta de dados de outros estudos deu-se por meio da busca de artigos produzidos a partir do ano de 2015 nas bases de dados SciELO, Portal CAPES e Biblioteca Virtual em Saúde, utilizando Descritores em Ciência da Saúde "educação permanente em saúde" e "pessoas com deficiência". As ações realizadas durante o projeto contemplaram dez oficinas temáticas que proporcionaram trocas de informações sobre o contexto para gestores, usuários e trabalhadores dos serviços. Ainda, elaborou-se materiais educativos de apoio sobre as ações e serviços oferecidos às PcD pelo SUS da região, como os folders “Reabilitação Auditiva” e “Serviços de Reabilitação; cartazes “Direitos das PcD” e “Serviços de Reabilitação para PcD no SUS”; Cartilha Autismo; e-book “Rede de Cuidados à Pessoa com Deficiência: vivências, inovações e educação em saúde na 28ª região de saúde do Rio Grande do Sul”; dois documentários que relatam as atividades desenvolvidas no projeto. Realizou-se também dois eventos: “Fórum Nacional da Rede de Atenção à Saúde da Pessoa com Deficiência” e “Seminário Estadual de Atenção à Pessoa com Deficiência”. A partir da revisão bibliográfica, verificou-se que estudos e experiências que envolvem ações de EPS na RCPcD são incipientes e que esta temática é pouco investigada, divulgada e realizada. Entretanto, destaca-se um estudo de caso com 17 profissionais de Núcleos de Apoio à Saúde da Família (NASF) que utilizou grupos focais para analisar o processo de cuidado de saúde da PcD, a fim de elaborar propostas de EPS. As ações educativas desenvolvidas pela equipe eram reuniões semanais para compartilhamento de percepções e saberes acerca de casos assistidos, de forma interdisciplinar. Para os profissionais, os encontros impactavam na resolução de problemas de PcDs assistidos pelo NASF, pois esclareciam processos de trabalho e permitiam aprimorar conhecimentos. Notou-se que a prática de atividades de EPS voltadas à RCPcD é rara, apesar dos profissionais reconhecerem sua importância e necessidade, pois desconhecem e possuem dúvidas frente as demandas desta população. É irrefutável que a EPS na RCPcD seja realizada, uma vez que, é imprescindível para seu aperfeiçoamento e dos profissionais que nela atuam. Assim, nota-se a importância e relevância do projeto desenvolvido, por ter oportunizado tais momentos, contribuindo à qualificação da Rede.