AVALIAÇÃO DA EFICIÊNCIA DE UM SISTEMA DE TRATAMENTO DE BAIXO CUSTO MULTIFUNCIONAL, PARA REMEDIAÇÃO DE EFLUENTES HOSPITALARES, ATRAVÉS DE ENSAIOS ECOTOXICOLÓGICOS, SANTA CRUZ DO SUL, RS, BRASIL
Resumo
O uso de wetlands construídos para remediação de efluentes hospitalares, que apresentam uma alta carga orgânica, é carente de estudos analíticos para aspectos da ecotoxicidade, especialmente quando associa poluentes prioritários que ocorrem, por exemplo, em lavanderias hospitalares, em virtude de suas características refratárias, devido à presença de sanitizantes, desinfetantes, antibióticos, agentes de limpeza e outros surfactantes. Neste contexto, a presente pesquisa visa avaliar a eficiência de um sistema de tratamento de baixo custo integrando wetlands construídos, utilizando como suporte a gramínea Chrysopogon zizanioides (Capim-vetiver), para remediação de efluentes de lavanderia hospitalar, na Estação de Tratamento de Efluentes (ETE) da UNISC (ETE/UNISC), através de análises de ecotoxicidade, utilizando o microcrustáceo Daphnia magna como organismo teste, cultivado no Laboratório de Ecotoxicologia da Universidade de Santa Cruz do Sul (UNISC), seguindo a norma brasileira ABNT nº 12713/2004. O ensaio agudo (ecotoxicológico) consiste em expor neonatos de D. magna com idade entre 2 a 26 horas de vida a diluições das amostras do efluente hospitalar, bruto e tratados coletados na ETE-UNISC, por um período de 48 horas, calculando-se a CE (I)50% 48h (Concentração Efetiva Inicial Mediana, concentração no início do ensaio que causa efeito agudo a 50% dos organismos em 48h), baseado na mortalidade e/ou imobilidade dos organismos testados. Mensalmente, de janeiro a agosto de 2019, foram realizados ensaios de sensibilidade dos organismos testes com a substância de referência, Cloreto de Potássio. Os resultados preliminares do teste de sensibilidade indicaram uma média (± desvio-padrão) para CE(I)50% 24 horas de 0,66 ± 0,11 mg L-1 (Coeficiente de Variação, CV = 16,7%), valor que se enquadra dentro da faixa ideal da CE(I)50% da substância de referência, de 0,60 mg L-1 a 0,93 mg L-1, que corresponde aos limites de controle (dois desvios-padrão), validando, desta forma, a realização de testes ecotoxicológico. Com relação ao efluente de lavanderia hospitalar, bruto e tratado, 8 amostras foram coletadas entre 08 a 26 de maio, sendo que os resultados indicaram que o efluente bruto (n = 4) apresentou uma média para a CE(I)50 48 h de 37,0 ± 12,8% (Coeficiente de Variação, CV = 34,5%), sendo classificado como “Altamente Tóxico”. Já o efluente tratado (n = 4) não apresentou toxicidade em 100% das amostras, chancelando a eficiência do sistema de wetlands construídos para a detoxificação do efluente de lavanderia hospitalar.
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