A prática de atividade física é fundamental em qualquer idade, principalmente entre adolescentes, pois pode promover benefícios sobre a composição corporal, ocasionando redução dos riscos cardiovasculares e metabólicos na fase adulta. Em relação a composição corporal, o excesso de peso está relacionado a problemas cardiometabólicos, já a aptidão cardiorrespiratória elevada é associada a melhor condição de saúde. Relacionar os parâmetros cardiopulmonares e metabólicos com a prática de atividade física, aptidão cardiorrespiratória e a capacidade funcional de crianças e adolescentes. Trata-se de um estudo transversal que avaliou 80 adolescentes do sexo masculino e feminino, com idade entre 13 e 16 anos, oriundos de escolas públicas e privadas do município de Santa Cruz do Sul – RS. A avaliação do perfil sociodemográfico e socioeconômico foi realizado por meio de um questionário elaborado pelo autor e referido pelo escolar. A aptidão cardiorrespiratória foi obtida por meio da aplicação do método de Cooper 12 minutos e a avaliação cardiopulmonar e cardiovascular foi realizada através da utilização do aparelho Metamax 3B. Para avaliação antropométrica da composição corporal foi utilizado o índice de massa corporal (IMC), a medida da circunferência (CC), o percentual de gordura (%G) e o somatório das dobras cutâneas (SDC) medido através da adipometria com compasso de Lange. A pressão arterial foi verificada nas fases pré e pós a realização do teste de Cooper com estetoscópio e esfigmomanômetro onde foi observada a Pressão arterial Sistólica e a Diastólica. A frequência cardíaca (FC) foi verificada em repouso por meio da utilização do frequencímetro. Foi evidenciada maior frequência de adolescentes do sexo masculino (58,8%), de escola estadual (55,0%) e com percentual de gordura moderadamente alto (37,5%) e a classificação do IMC de baixo peso/peso normal (68,8%). Observou-se que as médias das variáveis %G, VO₂máx e a aptidão cardiorrespiratória apresentaram diferenças significativas entre os sexos (p= 0,001), em que os meninos apresentaram a %G menor e o VO₂máx e aptidão cardiorrespiratória maior que as meninas. Para a classificação da aptidão cardiorrespiratória, ambos os sexos apresentaram classificação muito fraca (28,75% para as meninas e 27,50% para os meninos), no entanto, não houve diferenças significativas. Observou-se diferenças significativas para o aumento da FC e diminuição da pressão arterial diastólica (PAD) (p<0,001) em relação aos sinais vitais pré e pós aplicação do teste de Cooper em ambos os sexos.  A prática de atividade física e a aptidão cardiorrespiratória apresenta grande influência no surgimento de doenças cardiometabólicas na vida futura dos adolescentes. Nesse sentido, podemos concluir que apesar dos adolescentes apresentarem uma frequência do IMC de baixo peso/peso normal, os mesmos apresentaram um percentual de gordura moderadamente alto. Analisando a aptidão cardiorrespiratória, observamos que ambos os sexos apresentaram classificação muito fraca; e que os meninos obtiveram melhor desempenho quando comparados com as meninas.