EFEITO DA PRESENÇA DE DIETA E DO ESTÁGIO DE DESENVOLVIMENTO DE LASIODERMA SERRICORNE (FABRICIUS, 1792) (COLEOPTERA: PTINIDAE) NO PARASITISMO DE ANISOPTEROMALUS CALANDRAE (HOWARD, 1881) (HYMENOPTERA: PTEROMALIDAE)

Karine Erath Dores, Eduarda Bender, Kássia C. F. Zilch, Andreas Köhler

Resumo


O ectoparasitoide Anisopteromalus calandrae (Howard, 1881) (Hymenoptera: Pteromalidae) vem se destacando no manejo integrado de pragas de armazenamento como agente de controle de larvas e pupas de coleópteros praga de produtos armazenados, como o besouro-do-fumo Lasioderma serricorne (Fabricius, 1792) (Coleoptera: Ptinidae). Esse coleóptero é encontrado atacando uma grande variedade de produtos, como tabaco seco, cacau, soja, frutas secas, rações, entre outros. O seu controle é realizado usualmente com a utilização de um composto químico altamente tóxico, a fosfina. Diante desse cenário, estudos que avaliem a bioecologia de inimigos naturais como os parasitoides, além das suas interações com os hospedeiros, levando em consideração os fatores ambientais, são de suma importância para o sucesso do controle biológico nesses ambientes e culturas agrícolas. Dessa forma, objetivou-se avaliar no presente estudo os índices de parasitismo e razão sexual de A. calandrae parasitando larvas e pupas de L. serricorne na presença ou ausência da dieta do hospedeiro. Os insetos utilizados foram provenientes de criação de laboratório mantida sob condições controladas (28 ± 2 ºC, 60 ± 10% UR e fotofase de 12 h). Para a realização do bioensaio foram expostas 30 larvas (com formação de casulo) ou pupas (também nos casulos) de L. serricorne a um casal (fêmea pareada) ou a uma fêmea virgem recém emergida (24 h) em frascos plásticos, compondo quatro tratamentos (em um único oferecimento) nas seguintes combinações: (L) larvas, (LD) larvas com dieta, (P) pupas e (PD) pupas com dieta. Cada tratamento consistiu de 20 repetições. Os parasitoides permaneceram nos potes com cada tratamento até a sua morte (± 11 dias), posteriormente, foram retirados e os potes com os hospedeiros mantidos nas mesmas condições da criação até a emergência da prole (de 13-15 dias). Os maiores valores de parasitismo foram obtidos nos tratamentos L e LD, tanto para as fêmeas virgens (85 e 91%, respectivamente), como pareadas (88% em ambos). Fêmeas virgens geraram somente descendentes machos (100%). Já as fêmeas pareadas, a razão sexual média foi desviada para fêmeas nos tratamentos L (0,51 ± 0,26), LD (0,63 ± 0,23) e PD (0,59 ± 0,19). O tratamento P apresentou o menor valor (0,40 ± 0,23), diferindo significativamente dos demais (p < 0,05). A partir dos resultados obtidos, foi possível inferir que a dieta oferecida a L. serricorne interferiu no parasitismo e na razão sexual da prole gerada, e o estágio de larva é o mais adequado para a multiplicação do parasitoide pois proporciona o maior número da prole e desempenho dos parasitoides.


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