GÊNERO E BIOTECNOLOGIAS, INTERFACES ENTRE DISCURSOS EINSTITUIÇÕES NA FORMAÇÃO DE ALUNOS DOS CURSOS DA ÁREA DASAÚDE: ANÁLISE DE DISCURSOS PRECONCEITUOSOS IMPLÍCITOS

Cassia Fernanda Bauermann, GUILHERME MOCELIN, VERA ELENEI COSTA SOMAVILLA, ANALIDIA RODOLFO PETRY

Resumo


As discussões sobre as biotecnologias e os discursos de gênero interferem, ampliam, constroem, tencionam possibilidades e abrem novos campos de percepção, entendimento e intervenção na concepção de assistência e cuidado à saúde. O gênero é entendido como um elemento constitutivo das relações sociais que se baseia nas diferenças percebidas entre os sexos. Desta compreensão de gênero emergem conceitos normativos, expressos discursivamente, que denotam interpretações dos significados dos símbolos associados aos modos de se conduzir e se comportar que tentam limitar e conter suas possibilidades de expressão. Esses conceitos encontramos nas doutrinas religiosas, educativas, científicas, políticas ou jurídicas e tomam a forma de uma oposição binária fixa. As instituições universitárias necessitam abordar e esmiuçar em seus currículos essa temática visando ampliar a mobilidade dos conhecimentos dos estudantes, visto que a mesma está cada vez mais presente e por muitas vezes nos deparamos com preconceitos e atitudes inapropriadas por parte de profissionais e de uma sociedade desprovida de conhecimentos. A pesquisa tem como objetivo analisar os discursos de preconceitos implícitos de acadêmicos da área da saúdeTrata-se de uma pesquisa qualitativa descritiva exploratória, cuja obtenção dos dados ocorreu a partir de entrevistas semiestruturadas referentes a temática gênero e biotecnologias - interfaces entre discursos e instituições na formação de alunos dos cursos da área da saúde, com acadêmicos de cursos da área da saúde da Universidade de Santa Cruz do Sul. Os preceitos éticos seguiram a resolução 466/2012 e foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da UNISC sob o parecer 3.327.608. Os resultados nos convidam a refletir sobre os discursos replicados e formadores de novos profissionais da área da saúde, bem como os impactos diretos e indiretos que são refletidos à sociedade nos atendimentos e nas vivências diárias. Os preconceitos implícitos foram evidenciados em 37 entrevistas das 113, sendo estas dos cursos de medicina, odontologia, enfermagem, fisioterapia, farmácia e psicologia, sendo o curso de maiores achados em relação a temática, o curso de odontologia. Tais resultados nos permite a reflexão e a problematização da formação acadêmica quanto ao quesito gênero e biotecnologias. Observa-se ainda que o preconceito implícito é reflexo cultural da humanidade e que o mesmo está presente de geração em geração, tornando- se um desafio para a academia ampliar estes pensamentos e atitudes pré-formados. A diversidade e a liberdade conquistada diariamente na sociedade nos fazem refletir frente ao nosso trabalho como profissionais da área da saúde, para com os nossos usuários, deste modo são necessários a atualização e o aperfeiçoamento constante, a fim de garantir atendimento e entendimento integral e humanizado. A mudança usualmente gera conflitos e, na temática abordada, exige compreensão além de cursos acadêmicos perpassando o escopo dos hábitos, rotinas e reflexões de uma sociedade em constante transformação e desenvolvimento cultural, intelectual e de gênero.


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