ESTUDO DE CONTRAPISO FLUTUANTE REFORÇADO COM FIBRAS POLIMÉRICAS

Luan Schlesner Ellwanger, Augusto Frölich, Marcus Daniel F. Dos Santos

Resumo


A norma ABNT NBR 15575 introduzida no Brasil em 2013 trouxe ao setor da construção civil uma grande revolução no âmbito de desempenho das edificações habitacionais. Um dos conceitos exigidos pela norma é o de conforto acústico, visto que os ruídos excessivos gerados pelas pessoas, equipamentos e ferramentas são, de certa forma, incômodos. Soluções de isolamento acústico devem ser utilizadas para amenizar este problema e conceber um local mais harmonioso para as famílias que habitam a edificação tendo em vista seu impacto na saúde das pessoas. Dessa maneira, disseminou-se o uso de mantas acústicas para atenuar os ruídos de impacto entre pisos. Porém, isso faz com que o contrapiso fique desvinculado à laje e assim surgem maiores esforços de tração no elemento, sendo necessário reforçá-lo. Nesse contexto, o trabalho buscou analisar o desempenho mecânico do contrapiso flutuante reforçado com fibras poliméricas para verificar se o mesmo pode ser utilizado sobre mantas acústicas, procurando evitar patologias e fornecer isolamento acústico ao usuário. Nesse sentido, foram realizados ensaios mecânicos em amostras reforçadas com dois tipos de macrofibras e ainda em uma amostra de contrapiso autonivelante com fibras incorporadas para avaliar se a adição de fibras gera acréscimo de resistência em comparação com amostras sem reforço. O ensaio de flexão em placas, desenvolvido através da adaptação de uma norma europeia com o intuito de trazer resultados mais reais em relação às solicitações normalmente impostas ao contrapiso flutuante, demonstrou um aumento considerável na resistência à flexão dos exemplares reforçados com fibras. Do mesmo modo, os ensaios de tração por compressão diametral e de tração na flexão de prismas geraram resultados positivos. De maneira complementar, o ensaio de compressão também apresentou acréscimos na resistência à compressão dos elementos reforçados. Por último, ainda foi feita a análise do custo do contrapiso, constatando-se que o preço do compósito com fibras é menor em relação a camada reforçada com tela de aço. Dessa forma, concluiu-se que o contrapiso flutuante reforçado com fibras poliméricas possui desempenho mecânico satisfatório e pode ser utilizado nesse sistema. Com isso, é imprescindível que a técnica apresentada neste inédito trabalho seja conhecida para que se torne uma alternativa viável ao reforço tradicional de armadura de tela de aço na execução do sistema de piso, preservando as condições mecânicas, evitando patologias na camada e oferecendo ao usuário o desempenho acústico adequado. Desta forma, é evidente que os resultados demonstrados no estudo podem auxiliar na evolução do sistema e trazer consequências bastante positivas ao presente e futuro do setor da construção civil.

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