ALTERIDADES MBYA-GUARANI NO FACEBOOK - RELATOS DE UMA EXPERIÊNCIA

Fátima Rosane Silveira Souza

Resumo


A pesquisa em foco foi desenvolvida em 2014, nas aldeias indígenas Mbya-Guarani dos municípios Salto do Jacuí e Estrela Velha, região central do Rio Grande do Sul, Brasil. Foi realizada durante o Mestrado em Educação na UNISC. Iniciei o projeto levada pelo estranhamento sobre o uso do Facebook pelos indígenas e instigada pela inconformidade de um dos professores indígenas em relação ao cuidado e as reflexões dos conselheiros da aldeia sobre o uso dessa mídia social. O objetivo era buscar compreender as relações estabelecidas pelos indígenas por meio do Facebook. A metodologia foi a etnografia (GEERTZ, 2013). Foram vivências nas aldeias e no Facebook. Diálogos, observações e registros em diário de campo. Esse caminhar possibilitou compreender a dimensão afetiva das interações vivenciadas no Facebook. Essas aprendizagens interculturais, ao afetar e deixar-se afetar, possibilitaram desenvolver uma apreensão mais sensível de mundo (MIGNOLO, 2013) e ajudaram a compreender que somos parte do grande tecido cósmico da existência (ARIAS, 2010) e de como podemos influir no devir do mundo, da vida e da educação. Os indígenas fagocitaram (KUSCH, 1986) o Facebook e, nessa interação dialética, transformaram-no em espaço de divulgação da cultura, da cosmologia, de resistência cultural e de fabricar alteridades. Alteridades como um impulso centrífugo que nos faz enxergá-las não como problema, mas como solução (VIVEIROS DE CASTRO, 2002), um ritual que equilibra o modo de ser do homem branco, de concepção dualista, utilitarista e antropocêntrica, com a concepção ameríndia, de totalidade cosmológica, habitada por humanos e não humanos.


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