EDUCAÇÃO E COMUNICAÇÃO: INVESTIGAÇÕES ACERCA DAS POTENCIALIDADES EDUCATIVAS E FORMATIVAS DA RADIODIFUSÃO COMUNITÁRIA

Ricardo Cocco

Resumo


Os processos educativo-formativos não se limitam a situações pedagógicas institucionais, ocorrem nos mais diversos espaços do mundo humano, no mundo da vida. Nesta perspectiva, os Meios de Comunicação Social de Massa representam não somente fontes de informação, mas canais informais por meio do qual o homem e a sociedade vêm se relacionando e compreendendo o mundo que os cerca. No entanto, tais meios comumente não se interessam propriamente pela educação, não assumem um caráter pedagógico, mas frequentemente acabam por contribuir na formação dos indivíduos tão intensamente quanto a educação escolar. Na busca pela ampliação dos processos democráticos, participação popular e promoção da cidadania por meio de novas formas de comunicação, emergem, a partir dos anos de 1970, as primeiras emissoras de Radiodifusão Comunitária no Brasil, muito em consonâncias com movimentos semelhantes, ocorridos em contextos diferenciados, também na Europa e na América Latina. Segundo a Unesco, a Rádio Comunitária poderia além de informar, educar ou entreter, dotar a comunidade de mais poder ao outorgar a palavra a todos os ¿sem-voz¿. A pesquisa, neste cenário, busca compreender o quanto estes podem representar um processo pedagógico contra hegemônico constituído por espaços de diálogo em contextos locais de comunicação tendo a conscientização como sua categoria medular. Eles, podem proporcionar o rompimento dos fluxos unilaterais de comunicação onde a interação se converta em uma situação epistêmica promovendo experiências e ambientes favoráveis para o pensar autônomo? É possível pensar um processo educativo dialógico e plurilinguístico a partir destes meios? São as RadCom espaços dialógicos, polifônicos e populares? Dadas as suas origens, amplitude, alcance, fundamentos, objetivos e práticas é possível pensá-las como parte integrante de um processo democrático, participativo, comunicativo e não-formal de aprendizagem. Nestes termos, Mikhail Bakthtin, no campo epistemológico da comunicação, numa perspectiva do dialogismo e da polifonia, e Paulo Freire, no campo político-pedagógico, numa perspectiva dialógico-emancipatória, podem nos indicar uma abertura conceitual que permite analisar as formações discursivas nos processos educativos e aportar indicações para pensar estas discussões nos Meios de Comunicação Social e nas modernas mídias como espaços potencialmente formativos e educativos.

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