RESISTÊNCIA: APROXIMAÇÕES ENTRE SOR JUANA INÉS DE LA CRUZ E ROSA MARIA EGIPCÍACA DA VERA CRUZ

Angélica Beatriz Klafke

Resumo


 

O presente estudo faz parte do Projeto de Pesquisa intitulado Educação Popular e Pesquisa Ação-Participante: respostas descoloniais no contexto de transmodernidade na América Latina e tem como objetivo compreender os meios pelos quais Rosa Maria Egipcíaca da Vera Cruz (África, 1719-?) e Sor Juana Inés de La Cruz (México, 1651-1695) educaram-se, respectivamente, no Brasil e no México coloniais. Considera-se que essas duas mulheres contribuíram com a formação das ideias pedagógicas na América Latina, oferecendo fontes relevantes para o estudo da Pedagogia em nossa América. A questão central do trabalho será como elas utilizaram esses meios para se educar. A partir da leitura e análise das biografias da Egipcíaca e da Sor Juana identificou-se que: Egipcíaca, traficada como escrava sexual quando ainda era pequena, da África para o Brasil, aliou-se à religião católica para se alfabetizar e ser livre. Alfabetizada por visões divinas, foi a primeira mulher negra a escrever um livro no Brasil. Enquanto isso, Sor Juana também se destacou por sua busca pelo saber. Estando as mulheres de seu tempo vetadas ao acesso às universidades, restava-lhe o convento como único meio de acesso à algum tipo de instrução. E é neste espaço que Sor Juana irá adentrar em sua busca pelo saber. Mesmo não concordando com as privações estabelecidas pela clausura e também com a forma como as mulheres eram instruídas nestes locais, ela menciona o fato de ser o único meio que pudesse garantir a salvação de sua alma. Diante disso, constata-se que ambas aderiram à vida religiosa como meio para se educar. Ainda hoje, apesar da pouca visibilidade que têm, são consideradas referências no feminismo no tocante à educação da mulher

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