O estudo abordado neste artigo concentra-se na análise da adoção inter-racial como um mecanismo significativo para preservar os interesses e o direito à convivência familiar e comunitária das crianças e adolescentes no Brasil. Ao delimitar o tema, foram examinados os dados do Sistema Nacional de Adoção e Acolhimento (SNA) e os desafios enfrentados na formação de famílias multirraciais por meio da adoção inter-racial no estado de Santa Catarina. O problema central da pesquisa foi formulado na seguinte questão: o que os dados do SNA revelam, quais são os possíveis obstáculos para efetivar a adoção inter-racial em Santa Catarina e de que forma esse instituto pode contribuir para a efetivação do direito à convivência familiar e comunitária? A hipótese mais provável sugere que os entraves à adoção inter-racial em Santa Catarina têm suas raízes no racismo enraizado na sociedade desde os tempos coloniais e que a conscientização e a responsabilização, especialmente por parte dos pais, em reconhecer e respeitar as diferenças históricas e culturais do filho negro, podem representar caminhos essenciais para que a adoção inter-racial seja vista como uma opção ideal para enfrentar as estatísticas que revelam a vulnerabilidade das crianças negras privadas do poder familiar ou institucionalizadas. A pesquisa foi conduzida utilizando o método dedutivo e o monográfico e técnicas de pesquisa bibliográfica e documental. Os resultados indicam que a adoção interracial desempenha um papel essencial na busca pela concretização do direito à convivência familiar e comunitária para crianças e adolescentes negros no país. Portanto, é crucial adotar medidas que humanizem esses indivíduos, incluindo a reflexão sobre o papel da branquitude na luta contra o racismo, a produção de conhecimento. Essas ações podem contribuir para repensar o Sistema Nacional de Adoção