Pneumonia associada à ventilação mecânica: incidência, etiologia microbiana e perfil de resistência aos antimicrobianos
DOI:
https://doi.org/10.17058/reci.v11i4.16781Palavras-chave:
Infecção hospitalar, Pneumonia associada à ventilação mecânica, Resistência bacteriana a drogas.Resumo
Justificativa e Objetivos: Infecções causadas por microrganismos multirresistentes acarretam um grande impacto clínico e econômico. O presente estudo propôs determinar e avaliar a incidência de pneumonia associada à ventilação mecânica (PAV), estabelecer o perfil dos pacientes internados e determinar a frequência dos microrganismos isolados, bem como seu perfil de resistência aos antimicrobianos. Métodos: Estudo descritivo, documental, com abordagem quantitativa, realizado em um hospital escola com todos os indivíduos internados na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) Geral que desenvolveram PAV nos anos de 2018 e 2019. Resultados: No estudo, 146 pacientes tiveram o diagnóstico de PAV, com uma incidência de 23,66/1000 pacientes-dia em ventilação mecânica. A mediana de idade dos pacientes foi 52,5 anos, com predominância do sexo masculino. Um total de 108 microrganismos foram isolados em culturas, sendo a maioria bactérias Gram-negativas. As bactérias não fermentadoras foram as mais frequentes (n=46; 42,6%), seguidas pelas enterobactérias (n=42; 38,9%). Entre as Gram-positivas, Staphylococcus aureus foi a mais frequente (n=17; 15,7%). As bactérias multirresistentes mais frequentes foram Acinetobacter baumannii e Enterobacter spp. Nenhum microrganismo apresentou resistência à colistina e à vancomicina. Os pacientes infectados com bactérias multirresistentes ficaram mais tempo hospitalizados, quando comparados aos demais pacientes. Conclusão: A incidência de PAV foi elevada. O conhecimento dos agentes etiológicos das PAV e seu perfil de resistência aos antimicrobianos é fundamental para embasar a elaboração dos protocolos institucionais de tratamento, bem como auxiliar na antibioticoterapia empírica.
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