As consequências da pandemia de Sars-CoV-2 sobre a educação médica no combate à hanseníase
DOI:
https://doi.org/10.17058/reci.v12i1.16870Palavras-chave:
Doenças Tropicais Negligenciadas, Hanseníase, Erros de Diagnóstico, Educação Médica, Pesquisa sobre Prestação de Cuidados de SaúdeResumo
Justificativa e objetivos: A hanseníase é uma doença infectocontagiosa na qual o diagnóstico precoce é fator decisivo para prevenir incapacidade e deficiências. O presente estudo buscou analisar o panorama da hanseníase entre os anos de 2016 e 2021 no estado do Rio Grande do Sul, desvelando a importância da educação médica no contexto das Doenças Tropicais Negligenciadas durante a pandemia da Sars-CoV-2. Métodos: Estudo transversal por meio da base de dados do Centro Estadual de Vigilância em Saúde do Rio Grande do Sul. Na coleta de dados, foram incluídos os dados de hanseníase em indivíduos residentes do estado do Rio Grande do Sul (RS), no período de 2016 a 2021. As variáveis analisadas foram os casos confirmados de hanseníase, os casos notificados, o número de casos quanto às classificações operacionais de hanseníase, o esquema terapêutico e o número de casos de acordo com os graus de incapacidade física. Resultados: No período analisado, foram confirmados 725 casos de hanseníase, sendo 70% nos anos de 2016, 2017 e 2018. Do número total de casos, 88% eram a forma multibacilar da doença, 50% apresentaram algum grau de incapacidade física no momento do diagnóstico e 80% realizaram o esquema terapêutico padrão. Conclusão: Existe atraso no diagnóstico de hanseníase e há subdiagnóstico da doença no estado do Rio Grande do Sul, o que evidencia a necessidade de reafirmação das práticas educacionais sobre a micobacteriose.
Downloads
Referências
Kundakci N, Erdem C. Leprosy: A great imitator. Clin Dermatol. 2019;37(3):200–12. https://doi.org/10.1016/j.clindermatol.2019.01.002
Ministério da Saúde (BR). Secretaria de Vigilância em Saúde. Departamento de Vigilância das Doenças Transmissíveis. Guia prático sobre a hanseníase. 2017. 68p. http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/guia_pratico_ hanseniase.pdf
OMS. Diretrizes para o diagnóstico, tratamento e prevenção da hanseníase. Organ Mund da Saúde. 2019. https://apps.who.int/iris/handle/10665/274127
Martins-Melo FR, Carneiro M, Ramos AN, et al. The burden of Neglected Tropical Diseases in Brazil, 1990-2016: A subnational analysis from the Global Burden of Disease Study 2016. PLoS Negl Trop Dis. 2018;12(6):1–24. https://doi.org/10.1371/journal.pntd.0006559
Teixeira CSS, Pescarini JM, Alves FJO, et al. Incidence of and Factors Associated with Leprosy among Household Contacts of Patients with Leprosy in Brazil. JAMA Dermatology. 2020;156(6):640–8.10. https://doi.org/1001/jamadermatol.2020.0653
OMS. Rumo à zero hanseníase Rumo à zero hanseníase Estratégia Global de Hanseníase. 2021;1-30. https://www.who.int/pt/publications/i/item/9789290228509
WHO. Ending the neglect to attain the Sustainable Development Goals: a road map for neglected tropical diseases 2021–2030. 2021;: https://apps.who.int/iris/rest/bitstreams/1277958/retrieve
Foss NT, Motta ACF. Leprosy, a neglected disease that causes a wide variety of clinical conditions in tropical countries. Mem Inst Oswaldo Cruz. 2012;107(SUPPL.1):28–33. https://doi.org/10.1590/S0102-311X2011001000020
Leon KE, Jacob JT, Franco-Paredes C, et al. Delayed diagnosis, leprosy reactions, and nerve injury among individuals with Hansen’s disease seen at a United States clinic. Open Forum Infect Dis. 2016;3(2):1–4. https://doi.org/10.1093/ofid/ofw063
WHO. Estratégia Global para Hanseníase 2016-2020. Estratégia Global para Hanseniase 2016-2020. 2016. 1–23 p. http://apps.who.int/iris/bitstream/10665/208824/8/9789290225201-Portuguese.pdf
Fischer M. Leprosy – an overview of clinical features, diagnosis, and treatment. JDDG - J Ger Soc Dermatology. 2017;15(8):801–27. https://doi.org/10.1111/ddg.13301
WHO. Ending the neglect to attain the Sustainable Development Goals: a road map for neglected tropical diseases 2021–2030. 2021. https://apps.who.int/iris/rest/bitstreams/1277958/retrieve
Kaul V, Moraes AG De, Khateeb D, et al. Medical Education During the COVID-19 Pandemic. Chest. 2021;159(5):1949–60. https://doi.org/10.1016/j.chest.2020.12.026
Neves KVRN, Nobre ML, Machado LMG, et al. Misdiagnosis ofleprosy in Brazil in the period 2003 - 2017: spatial pattern and associated factors. Acta Trop. 2021;215:105791. https://doi.org/10.1016/j.actatropica.2020.105791
Carneiro M, Possuelo LG, Valim ARM. Neuropatia por hanseníase: atraso no diagnóstico ou um diagnóstico difícil? Leprosy neuropathy: delayed diagnosis or a difficult diagnosis? Cad Saude Publica. 2011;27(10):2070. https://doi.org/10.1590/S0102-311X2011001000020
Ministério da Saúde (BR). Secretaria de Vigilância em Saúde. Departamento de Vigilância das Doenças Transmissíveis.Boletim Epidemiológico - Hanseníase. 2021 56p. https://www.gov.br/saude/pt-br/assuntos/media/pdf/2021/fevereiro/12/boletim-hanseniase-_-25-01.pdf
Henry M, GalAn N, Teasdale K, et al. Factors Contributing to the Delay in Diagnosis and Continued Transmission of Leprosy in Brazil – An Explorative, Quantitative, Questionnaire Based Study. PLoS Negl Trop Dis. 2016;10(3):1–12. https://doi.org/10.1371/journal.pntd.0004542
Kumar RR, Jha S, Dhooria A, et al. A case of leprosy misdiagnosed as lupus. J Clin Rheumatol. 2020;26(8):e301–2.10. https://doi.org/1097/RHU.0000000000001154
Ribeiro MDA, Silva JCA, Oliveira SB. Estudo epidemiológico da hanseníase no Brasil: reflexão sobre as metas de eliminação. Rev Panam Salud Publica. 2018;42:e42. https://doi.org/10.26633/RPSP.2018.42
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2022 Henrique Ziembowicz, Irene Souza, Jordana Vargas Peruzzo, Larissa de Camargo Subtil, Lorenzo Garcia Onófrio, Manoela Badinelli Vaucher
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.
The author must state that the paper is original (has not been published previously), not infringing any copyright or other ownership right involving third parties. Once the paper is submitted, the Journal reserves the right to make normative changes, such as spelling and grammar, in order to maintain the language standard, but respecting the author’s style. The published papers become ownership of RECI, considering that all the opinions expressed by the authors are their responsibility. Because we are an open access journal, we allow free use of articles in educational and scientific applications provided the source is cited under the Creative Commons CC-BY license.