Epidemiologia das complicações clínicas de acidentes provocados por animais peçonhentos no Brasil
DOI:
https://doi.org/10.17058/reci.v13i1.17696Palavras-chave:
Animais venenosos, Epidemiologia, Vigilância em Saúde Pública, Notificações de doençasResumo
Justificativa e objetivos: Os acidentes causados por animais peçonhentos, incluídos no conjunto de Doenças Tropicais Negligenciadas, predispõem a evolução de complicações clínicas locais e sistêmicas, relacionadas ao aumento da morbimortalidade e a saturação dos recursos assistenciais em saúde. Têm-se como objetivo analisar o perfil epidemiológico, a distribuição espacial e a tendência temporal das complicações clínicas causadas dos acidentes por animais peçonhentos no Brasil. Métodos: Estudo epidemiológico observacional transversal quantitativo das complicações clínicas dos acidentes causados por animais peçonhentos notificadas ao Sistema de Informação de Agravos de Notificação entre 2007-2019. Resultados: De 2.164.645 notificações, 38.934 casos (1,8%) apresentaram complicações. Observou-se maior proporção de complicações clínica (por 1.000 casos totais) em indivíduos do sexo masculino, indígenas, analfabetos, atendimentos realizados após 24h e vítimas de ofidismo. Ainda, a proporção de complicações clínicas foi maior entre os casos graves (198,8), os receptores de soroterapia (45,7) e os óbitos (41,8). A incidência anual de casos complicados ascende principalmente na Região Sudeste (+67,2%). A proporção de complicação clínica é mais preocupante nos estados do Amazonas, Rondônia, Amapá e Pará. Conclusão: O presente estudo identificou maior proporção de complicações clínicas entre pessoas do sexo masculino, indígenas, analfabetos e moradores de zona rural, cujo acidente ocorreu por picada de serpentes, que tiveram atendimento médico-hospitalar retardado, que necessitaram de soroterapia e que tiveram o óbito como desfecho. A distribuição espacial da incidência anual de casos complicados assevera-se nos estados do Amazonas, Rondônia, Amapá e Pará e a tendência da incidência anual de complicações clínicas ascende mais na Região Sudeste.
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