Perfil dos atendimentos antirrábicos pós-exposição a mamíferos silvestres em região de saúde, Pernambuco, Brasil, 2014-2020
DOI:
https://doi.org/10.17058/reci.v14i3.19244Palavras-chave:
epidemiologia; raiva; profilaxia pós-exposição; animais silvestresResumo
Justificativa e Objetivos: desde 2016, o Brasil não registra casos de raiva humana transmitida por cães, com a doença agora associada principalmente a mamíferos silvestres. Em Pernambuco, o último caso ocorreu em 2017, em Recife. Considerando a notificação dos atendimentos antirrábicos uma ferramenta crucial para a vigilância epidemiológica da raiva, este estudo teve como objetivo analisar os atendimentos antirrábicos pós-exposição a mamíferos silvestres na Primeira Região de Saúde de Pernambuco entre 2014 e 2020. Métodos: estudo descritivo, analítico e transversal dos atendimentos antirrábicos humanos notificados no Sistema de Informação de Agravos de Notificação. Os dados foram processados utilizando o software Excel, com o teste qui-quadrado assumindo p < 0,05. Uma avaliação qualitativa foi feita para identificar registros duplicados em diferentes unidades de saúde. Resultados: foram identificados 799 atendimentos antirrábicos humanos, principalmente em adultos (20-34 anos) e pessoas pardas, sem diferença estatística entre os sexos. O morcego foi a espécie mais envolvida. Os acidentes ocorreram principalmente por mordedura, em mãos e pés, com ferimentos únicos e superficiais. A maioria das indicações profiláticas foi a soro-vacinação. Foram registradas 64 duplicidades de atendimentos em unidades de saúde distintas. Conclusão: embora a maioria das indicações profiláticas pós-exposição tenha sido adequada, os acidentes antirrábicos envolvendo mamíferos silvestres são classificados como graves. Isso destaca a importância do cumprimento rigoroso do protocolo profilático estabelecido pela autoridade sanitária. As duplicidades nos registros apontam para a necessidade de melhorias na integração dos sistemas de saúde e na capacitação dos profissionais para garantir a eficiência na notificação e tratamento dos casos.
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