Prevalência do anticorpo para Hepatite C e comportamentos de risco em usuários de Unidades Básicas de Saúde de uma pequena cidade do Semiárido brasileiro

Autores

DOI:

https://doi.org/10.17058/reci.v15i1.19314

Palavras-chave:

Keywords: Hepatitis C Antibody. Hepatitis C. Outpatient. Prevalence. Blood transfusion. Risk behaviors., Descritores: Anticorpo para hepatite C, Hepatite C, Ambulatorial, Prevalência, Transfusão de sangue, Comportamento de risco., Palabras clave: Anticuerpos contra la hepatitis C. Hepatitis C. Paciente externo. Prevalencia. Transfusión de sangre. Conductas de riesgo.

Resumo

Justificativa e Objetivos: A infecção pelo vírus da hepatite C (HCV) é um relevante problema de saúde pública devido à sua prevalência e possível progressão para cirrose e carcinoma hepatocelular. Mesmo com a diminuição da incidência nos últimos anos, devido ao uso dos novos antivirais, a identificação dos infectados continua sendo um desafio para a eliminação do HCV até 2030. O objetivo deste estudo foi estimar a prevalência do anticorpo contra o HCV (anti-HCV) e descrever os fatores sociodemográficos e comportamentais de risco associados à infecção pelo HCV em indivíduos em uma pequena cidade no semiárido brasileiro. Método: Após procedimento de amostragem não aleatória, um estudo transversal foi realizado com 800 indivíduos em salas de espera de Unidades Básicas de Saúde (UBS). Após consentimento formal, foi realizado teste rápido de triagem para o anti-HCV (imunocromatografia) e aplicado questionário para coleta de dados sociodemográficos, clínicos e de comportamento de risco. Resultados: Cinco testes foram positivos (0,62%, IC95% 0,2 – 1,4%), sendo quatro mulheres e um homem. Todos tinham mais de 60 anos (média de 69,4 anos) e comportamentos de risco no passado, uso de seringas de vidro, cirurgia ou transfusão de sangue, os quais foram estatisticamente associadas à exposição ao HCV. Conclusão: Neste estudo, observou-se baixa prevalência do anti-HCV, próxima às estimativas em estudos recentes. O anticorpo foi mais frequentemente positivo nos indivíduos mais velhos, acima de 60 anos, e que relataram comportamento de risco no passado, sugerindo a necessidade de maior atenção para esta população.

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Biografia do Autor

Maria Tereza Estevam Vaz Vaz, universidade Federal de Pernambuco

Biomédica graduada pela Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), com habilitação em análises clínicas, estagiou durante um semestre no Hospital Getúlio Vargas (Recife-PE). Mestranda em Medicina Tropical pela UFPE. Foi monitora na disciplina de parasitologia (4 semestres). Realizou, durante um ano, estágio voluntário no Departamento de Bioquímica da UFPE, onde trabalhava com pesquisa do potencial biotecnológico de plantas da caatinga. Foi integrante do grupo PET-parasitologia no Departamento de Medicina Tropical, atuando na área de educação em saúde, durante 4 semestres. E integrante da Liga Acadêmica de Saúde e Espiritualidade da UFPE, durante dois semestres, onde desenvolveu atividades em ensino, pesquisa e extensão relacionadas à espiritualidade em saúde.

Norma Arteiro Filgueira Filgueira, Universidade Federal de Pernambuco

Possui graduação em MEDICINA pela Universidade Federal de Pernambuco (1989), Mestrado em Medicina Interna pela Universidade Federal de Pernambuco (1999) e Doutorado em Medicina Tropical pela UFPE (2018). Atualmente é professor adjunto da Universidade Federal de Pernambuco e Supervisora do Programa de Residência em Clínica Médica do Hospital das Clínicas da UFPE. Tem experiência na área de Medicina, com ênfase em Clínica Médica, Gastroenterologia e Hepatologia. Linha de pesquisa principal é Carcinoma Hepatocelular, com ênfase no tratamento por transplante hepático

Alcides da Silva Diniz Diniz

Possui graduação em Medicina pela Universidade Federal da Paraíba (1976), graduação em Licenciatura Em Ciências pela Universidade Federal da Paraíba (1973), mestrado em Oftalmologia pela Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (1985), doutorado em Nutrição pela Universidade Federal de Pernambuco (1997) e pós-doutorado pelo Prince Leopold Institute of Tropical Medicine (2003-2004). Atualmente, é professor titular da Universidade Federal de Pernambuco, colaborador do Centro de Investigação em Micronutrientes (UFPb), do Instituto Materno Infantil de Pernambuco, e consultor ad hoc do UNICEF. É revisor dos periódicos Acta Amazonica (0044-5967), Revista Brasileira de Saúde Materno Infantil, Revista de Saúde Pública / Journal of Public Health (0034-8910), Cadernos de Saúde Pública (FIOCRUZ) e Journal of Tropical Pediatrics. Tem experiência na área de Saúde Coletiva, com ênfase em Nutrição em Saúde Pública, atuando, principalmente, nas seguintes áreas de investigação: micronutrientes (ferro, zinco, vitamina A e ácido fólico); prevenção da cegueira de origem nutricional; desnutrição/obesidade e distúrbios do comportamento alimentar; doenças e agravos não transmissíveis; planejamento, gestão e avaliação de programas de intervenção em nutrição.

Lílian Rose Maia Gomes de Araújo Araújo

Mestranda de Medicina Tropical pela Universidade Federal de Pernambuco - UFPE. Médica Gastroenterologista do Hospital das Clinicas de Pernambuco/Ebserh e do Instituto Materno Infantil de Pernambuco (IMIP). Preceptora da residência de Gastroenterologia do HC - UFPE e da residência de Hepatologia do IMIP.

 

Andrea Batista Dória Dória, Universidade Federal de Pernambuco

Possui graduação em MEDICINA pela Universidade Federal de Pernambuco (1994), mestrado em Medicina Interna pela Universidade Federal de Pernambuco (2003) e doutorado em Medicina Tropical pela Universidade Federal de Pernambuco (2017). Especialista em Hepatologia pela Sociedade Brasileira de Hepatologia. Especialista em Gastroenterologia pela Federação Brasileira de Gastroenterologia. Especialista em Clínica Médica pela Sociedade Brasileira de Clínica Médica. Atualmente é médica hepatologista do Hospital das Clínicas/UFPE, da Real Hepatologia Clínica/ Real Hospital Português de Beneficência em Pernambuco, e perita médica do Instituto Nacional da Previdência Social. Tem experiência na área de Medicina, com ênfase em Hepatologia.

Ana Lúcia Coutinho Domingues Domingues, Universidade Federal de Pernambuco

Possui graduação em Medicina pela Universidade Federal de Pernambuco (1971), mestrado em Medicina Tropical pela Universidade Federal de Pernambuco (1987) e doutorado em Medicina pela Universidade Federal de Pernambuco (1998). Atualmente é professora adjunta da Universidade Federal de Pernambuco e chefe do serviço de gastroenterologia do Hospital das Clínicas da UFPE. Tem experiência na área de Medicina, com ênfase em Doenças Infecciosas e Parasitárias, atuando principalmente nos seguintes temas: esquistossomose mansônica, esquistossomose, shistosomiasis mansoni, ultrassonografia do abdome superior, hepatologia

Edmundo Pessoa Lopes Lopes, Universidade Federal de Pernambuco

Possui graduação em Medicina pela Universidade de Pernambuco (1984), mestrado em Gastroenterologia pela Universidade Federal de São Paulo (1993) e doutorado em Gastroenterologia pela Universidade Federal de São Paulo (1996). Atualmente é Professor Titular e Coordenador da Disciplina de Gastroenterologia da Universidade Federal de Pernambuco. Tem experiência na área de Medicina, com ênfase em Gastroenterologia, atuando principalmente nos seguintes temas: Hepatite C, Hepatite B, Esquistossomose mansoni e Cirrose hepática

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Publicado

2025-01-28

Como Citar

Vaz, M. T. E. V., Filgueira, N. A. F., Carolina Valença Silva, P. ., Diniz, A. da S. D., Araújo, L. R. M. G. de A. ., Dória, A. B. D., Domingues, A. L. C. D. ., & Lopes, E. P. L. (2025). Prevalência do anticorpo para Hepatite C e comportamentos de risco em usuários de Unidades Básicas de Saúde de uma pequena cidade do Semiárido brasileiro. Revista De Epidemiologia E Controle De Infecção, 15(1). https://doi.org/10.17058/reci.v15i1.19314

Edição

Seção

ARTIGO ORIGINAL