Impacto da pandemia de COVID-19 no controle da esquistossomose em região endêmica do nordeste brasileiro, 2020-2021
DOI:
https://doi.org/10.17058/reci.v15i1.19373Palavras-chave:
COVID-19, Neglected Diseases, Public Health Surveillance, SchistosomiasisResumo
Justificativa e Objetivos: A pandemia da COVID-19 comprometeu o enfrentamento das doenças negligenciadas em todo mundo, dentre as quais está a Esquistossomose. No contexto brasileiro, esta é uma doença endêmica, com impacto predominantemente na região nordeste. Aqui, objetivou-se analisar o impacto da pandemia da COVID-19 em indicadores epidemiológicos do Programa de Controle de Esquistossomose (PCE) em área endêmica no Nordeste do Brasil nos anos de 2020 e 2021. Métodos: Trata-se de um estudo ecológico de base populacional, realizado no estado de Pernambuco, baseado nos dados do PCE. Os dados foram extraídos do Sistema de Informação do Programa de Controle da Esquistossomose (SISPCE). Os seguintes indicadores foram analisados: população assistida, número de exames realizados, taxa de positividade e proporção de indivíduos tratados. Utilizou o percentual de mudança para a comparação do valor observado com o valor esperado, de acordo com o período pré-pandemia (2015-2019). Resultados: Observou-se redução na população assistida (71,3% em 2020 e 64,1% em 2021). Os exames realizados apresentaram declínio de 73,8% em 2020 e 66,5% em 2021. A taxa de positividade estadual para esquistossomose reduziu 32,8% em 2020 e 6,4% em 2021. Houve um aumento na taxa de indivíduos tratados de 5,8% em 2020 e um declínio de 25,1% em 2021. Conclusão: O programa de controle da esquistossomose de Pernambuco foi impactado pela pandemia da COVID-19, conforme observado nas variações das variáveis analisadas. Recomenda-se fortalecer esse programa, visando garantir as ações de busca ativa, monitoramento epidemiológico, diagnóstico e tratamento da esquistossomose na área de estudo.
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