AVALIAÇÃO DO POTENCIAL DE FICORREMEDIAÇÃO DE FÁRMACOS BETA-BLOQUEADORES ATRAVÉS DA MICROALGA SCENEDESMUS SUBSPICATUS

Resumo

Atualmente, a presença de contaminantes farmacêuticos em águas residuárias tem sido cada vez mais detectada. Devido à complexidade de diversos compostos farmacêuticos os métodos de tratamento convencionais têm uma baixa taxa de sucesso e são insuficientes no tratamento desses contaminantes. A biorremediação baseada em microalgas é um método prático, sustentável, econômico e ambientalmente amigável para tratar diversos poluentes. Neste estudo utilizou-se a microalga Scenedesmus subspicatus a fim de avaliar seu potencial de ficorremediação de um mix de fármacos betabloqueadores (propranolol e atenolol) adicionados ao meio de cultivo. A microalga foi cultivada em meio NPK 3 g L^-1 com e sem fonte de carbono inorgânico, em incubadora shaker, com fotoperíodo (16:8). Nos experimentos foi realizada a comparação da ficorremediação com S. subspicatus com condições análogas sem microalga, correspondendo ao efeito da hidrólise e ao efeito da fotólise das moléculas do mix. A avaliação da ficorremediação foi através de análise por cromatografia líquida de ultra-alta eficiência acoplada à espectrometria de massas em série. As avaliações foram realizadas em triplicatas a cada 7 dias, durante 21 dias. A microalga foi responsável pela remoção total dos betabloqueadores avaliados em 14 dias e no período avaliado não foi observada a mesma taxa de remoção na fotólise ou hidrólise, indicando que o maior agente de remoção foi a microalga. Dessa forma, constata-se que a ficorremediacão com a S. subspicatus pode se tornar uma alternativa que complementaria os processos tradicionais de tratamento de efluentes, permitindo a remoção de poluentes emergentes, como os betabloqueadores analisados.