Caminhos Possíveis Entre Ética e a Psicoterapia Fenomenológica Existencial
DOI:
https://doi.org/10.17058/psiunisc.v2i2.11770Palavras-chave:
psicoterapia. fenomenologia existencial. Ética. Martin Heidegger.Resumo
O presente trabalho discute dois temas da clínica psicológica: ética e prática psicoterapêutica. Contemporaneamente, estes temas são acompanhados dos impasses humanos frente às exigências de adequação e objetividade. Eticamente os seres humanos organizam suas vidas anteriormente à consolidação da ética como disciplina e da legitimação desta nos códigos de conduta profissionais de diferentes ciências. Contudo, a ética no cotidiano alcança sentidos diversos às regras e aos deveres; é sobre estes sentidos que se dedicou este trabalho. Particularmente, no modelo psicoterapeutico inspirado na Fenomenologia Existencial, a ética foi exposta através de modos de ser do humano na convivência com os impasses próprios da existência. Assim, o trabalho psicoterapêutico foi destacado no convite para atualizarmos os exercícios de pensar e sentir sobre os modos como os seres humanos habitam o mundo. O método fenomenológico hermenêutico inspira o caminho percorrido neste trabalho que se pretende mostrar atento à compreensão da experiência cotidiana, especialmente, na sensibilização dos profissionais e dos clientes quanto às relações estabelecidas entre razão e sentimentos (afetos) desestabilizando as certezas absolutas e crenças antecipatórias quanto ao modo como nos organizamos. Metodologicamente, elegemos algumas direções adotando a descrição dos acontecimentos como conteúdo de investigação, associando a esta compreensão-interpretação como ações combinadas a fim de possibilitar abertura de sentidos para as experiências anunciadas pelo e para o cliente. O encontro psicoterapeuta/cliente e o modo como a experiência psicoterapêutica foi conduzida são expressões éticas de uma perspectiva que incentiva a abertura de possibilidades quanto ao estar-com do homem no seu cotidiano.
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