Políticas de Desobediência: Indisciplina e violência ou resistência?
DOI:
https://doi.org/10.17058/psiunisc.v3i1.11903Palavras-chave:
Juventude, Racismo, Criminalização da pobrezaResumo
O presente artigo traz o recorte de um estudo que tem como tema os processos de marginalização e criminalização da juventude, pondo em análise seus efeitos para a produção de subjetividade dos jovens por eles afetados. A pesquisa utiliza como metodologia, rodas de conversa com jovens de 13 a 17 anos matriculados em escolas públicas do município do Rio de Janeiro, a partir da inserção de uma das autoras como psicóloga da referida rede. Destaca-se o fato da maior parte da clientela de tais escolas ser composta por jovens pobres, negros e moradores de comunidades. Os encontros das rodas de conversa põem em cena experiências de vida dos alunos que vem a ser criminalizadas por práticas e discursos sociais, e que parecem reiterados pelas escolas. O objetivo da pesquisa é refletir sobre como estes alunos vivenciam os processos de marginalização e criminalização no qual estão diretamente implicados, como tais experiências se presentificam em suas falas e como reverberam na produção de suas subjetividades.
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