O Despertencimento Social de Trabalhadores Terceirizados em uma Universidade Pública: Relato de Experiência

Autores

DOI:

https://doi.org/10.17058/psiunisc.v4i1.14270

Palavras-chave:

Precarização do trabalho, Terceirização, Sofrimento e trabalho, Estágio de Psicologia.

Resumo

O presente trabalho refere-se a um relato de experiência resultante de um estágio em psicologia organizacional, que decorreu nas dependências de uma Universidade Pública Federal, situada no município de Araguaína/TO/Brasil com trabalhadores terceirizados que atuam na prestação de serviços relacionados à manutenção predial e limpeza em geral. O referido trabalho caracteriza-se como um estudo qualitativo, construído com base nos métodos de observação direta naturalística e entrevistas semiestruturadas, tendo como finalidade a elaboração de estratégias interventivas com foco nos trabalhadores terceirizados a partir de uma compreensão ética, política e social, visando a promoção de saúde e bem-estar dos trabalhadores. No transcorrer do trabalho utilizou-se como base referencial a psicodinâmica do trabalho e a psicologia social do trabalho, a fim de compreender o sofrimento dos trabalhadores dentro de uma lógica capitalista e de sofrimento, construindo um olhar crítico e reflexivo acerca das práxis psicológicas, questionando a desnaturalização da forma como se organiza o trabalho no contexto capitalista. Adiante nos resultados, buscou-se evidenciar e compreender o sofrimento psíquico que os levam a sentimentos de despertencimento social e consequentemente pensar em práticas interventivas assertivas para solucionar tais questões, proporcionando a melhoria das atividades laborais, resgatando a dignidade humana na relação trabalho-trabalhador e propiciar qualidade de vida e bem- estar dos sujeitos, sobretudo trabalhando em medidas preventivas.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Gilson Gomes Coelho, Faculdade Católica Dom Orione- FACDO.

Possui graduação em Psicologia pela Universidade Federal de Mato Grosso do Sul, Campus de Corumbá (2009), mestrado em Psicologia pela Universidade Estadual de Maringá (2015). Doutorando em Psicologia (Psicologia e Sociedade) pela Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho”, campus de Assis. Atualmente é Professor da Faculdade Católica Dom Orione. Tem experiência na área de Psicologia, com ênfase em Psicologia das Instituições e Organizações. Atuando principalmente nos seguintes temas: Populações Vulneráveis, Questões Psicológicas relacionadas ao Trabalho e as Organizações, Desenvolvimento Comunitário e Relações de Gênero.

Ana Carolina Carvalho Arruda, Faculdade Católica Dom Orione (FACDO), Tocantins/ Brasil

Graduanda em Psicologia  na Faculdade Católica Dom Orione (FACDO), Tocantins/ Brasil

Anna Lícya Ferreira Carneiro, Faculdade Católica Dom Orione (FACDO), Tocantins/ Brasil

Graduanda em Psicologia  na Faculdade Católica Dom Orione (FACDO), Tocantins/ Brasil

Eliane Soares Lima, Faculdade Católica Dom Orione (FACDO), Tocantins/ Brasil

Graduanda em Psicologia  na Faculdade Católica Dom Orione (FACDO), Tocantins/ Brasil

João Henrique Oliveira Barros, Faculdade Católica Dom Orione (FACDO), Tocantins/ Brasil

Graduando em Psicologia  na Faculdade Católica Dom Orione (FACDO), Tocantins/ Brasil

Referências

Alvarenga, P. A., & Garcia, F. C. (2007). Relações de Poder nos Processos de Terceirização: Estudo de caso. Anais do IV Simpósio de Excelência em Gestão e Tecnologia, Resende, RJ, Brasil. Recuperado de https://www.aedb.br/seget/arquivos/artigos07/1250_Artigo%20SEGeT.pdf

Bernardo, M. H., Souza, C. C., Pinzón, J. G., & Souza, H. A. (2015). A práxis da Psicologia Social do Trabalho: reflexões sobre possibilidades de intervenção. In. M. C. Coutinho, O. Furtado, & T. R. Raitz (Orgs.), Psicologia Social e Trabalho: perspectivas críticas (pp. 16-39). Florianópolis: Abrapso Editora. Recuperado de https://www.pucminas.br/pos/psicologia/DocumentosGerais/Publicacoes/psicologia-social-e-trabalho-perspectivas-criticas.pdf

Bezerra, J. (2019). Taylorismo. Toda Matéria. Recuperado de https://www.todamateria.com.br/taylorismo/

Brito, L. M. (2008). Gestão de competências, gestão do conhecimento e organizações de aprendizagem: instrumentos de apropriação pelo capital do saber do trabalhador. Cadernos de Educação, (31), 203-225.doi: 10.15210/CADUC.V0I31.1748

Cardoso, S. U., & Goulart, I. B. (2009). As relações de trabalho em equipes terceirizadas: um estudo das significações psicossociais para os trabalhadores e para as organizações. Gestão Contemporânea, 6(6), 147-176. Recuperado de http://seer4.fapa.com.br/index.php/arquivo/article/view/11/7

Cavalcante, Z. V., & Silva, M. L. S. (2011). A importância da Revolução Industrial no Mundo da Tecnologia. Anais do VII. EPCC - Encontro Internacional de Produção Científica, Maringá, PR, Brasil. Recuperado de: https://www.unicesumar.edu.br/epcc-2011/wp-content/uploads/sites/86/2016/07/zedequias_vieira_cavalcante2.pdf

Chiavenato, I. (1999). Gestão de pessoas: o novo papel dos recursos humanos nas organizações (4ª ed.) Rio de Janeiro: Campus.

Costa, F.B.M.N. (2008). Retratos biográficos de dois garis: Um estudo de psicologia social a partir de observação participante e entrevistas. São Paulo: USP.

Dejours, C. (1992). A Loucura do trabalho: Estudo de psicopatologia do trabalho. São Paulo: Cortez – Oboré. (Original publicado em 1987).

Dejours, C. (1994). Psicodinâmica do trabalho: contribuições da escola dejouriana à análise da relação prazer, sofrimento trabalho. São Paulo: Atlas.

Dejours, C. (1999). A banalização da injustiça social. Rio de Janeiro: Fundação Getúlio Vargas.

Diniz, L. F, & Campos, M. (2017). O trabalhador Contemporâneo e a Subjetividade do Trabalhador. Revista UFG, 17(21), 104-128. doi: 10.5216/revufg.v17i21.51672

Druck, G. (2011). Trabalho, precarização e resistências: novos e velhos desafios?. Caderno CRH, 24(spe1), 37-57. doi: 10.1590/S0103-49792011000400004

Franco, T., Druck, G., & Seligmann-Silva, E. (2010). As novas relações de trabalho, o desgaste mental do trabalhador e os transtornos mentais no trabalho precarizado. Revista Brasileira de Saúde Ocupacional, 35(122), 229-248. doi: 10.1590/S0303-76572010000200006

Hashizume, C. M. (2017). A precarização do Trabalho e a Subjetividade do Trabalhador. Rev. Psicologia, Diversidade e Saúde, 6 (2), 64-65. doi: 10.17267/2317-3394rpds.v6i2.1378.

Irber, B. G. (2016). Trabalhadoras terceirizadas de limpeza e conservação da UNB: relatos de violências, invisibilidade e precarização (Monografia). Universidade de Brasília - UNB, Brasília, DF, Brasil. Recuperado de http://bdm.unb.br/handle/10483/13985

Mendes, A. M. B. (1995). Aspectos psicodinâmicos da relação homem-trabalho: as contribuições de C. Dejours. Psicologia: Ciência e Profissão, 15(1-3), 34-38. doi: 10.1590/S1414-98931995000100009

Moraes, P. R. S. (2008). Terceirização e Precarização do Trabalho Humano. Rev. TST, 74(4), 48-168. Recuperado de https://hdl.handle.net/20.500.12178/5382

Orlandini, C. C. R. (2008). A importância da psicologia organizacional e do trabalho. Coluna de Psicologia Virtual on-line. Recuperado de http://www.psicologiavirtual.com.br/psicologia/principal/noticiaview.asp?id=25281

Paschoal, T., Torres, C. V., & Porto, J. B. (2010). Felicidade no trabalho: relações com suporte organizacional e suporte social. Revista de Administração Contemporânea, 14(6), 1054-1072. doi: 10.1590/S1415-65552010000700005

Prilleltensky, I. (1994). The morals and politics of psychology: Psychological discourse and the status quo. Albany, NY: State University of New York Press.

Rodrigues P.F., Alvaro A.L.T., & Rondina R. (2006). Sofrimento no trabalho na visão de Dejours. Revista Científica Eletrônica de Psicologia, (7). Recuperado de http://faef.revista.inf.br/imagens_arquivos/arquivos_destaque/lh21p1ieajxlwck_2013-5-10-15-30-2.pdf

Sato, L. (2003). Psicologia, saúde e trabalho: distintas construções dos objetos “trabalho” e “organizações”. In Z. A. Trindade, & A. N. Andrade (Orgs.), Psicologia e saúde: um campo em construção (167-178). São Paulo: Casa do Psicólogo.

Sato, L., Bernardo, M. H., & Oliveira, F. (2008). Psicologia social do trabalho e cotidiano: a vivência de trabalhadores em diferentes contextos micropolíticos. Psicologia para América Latina, (15) Recuperado de http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1870-350X2008000400010&lng=pt&tlng=pt

Shaughnessy, J. J., Zechmeister, E. B., & Zechmeister, J. S. (2012). Metodologia de pesquisa em psicologia. Porto Alegre: AMGH Editora.

Soares-Lucchiari, D. H. (1997). A re-orientação profissional apoio em época de crise. Revista da ABOP, 1(1), 81-88. Recuperado de http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1414-88891997000100007&lng=pt&tlng=pt.

Spector, P. E. (2012). Psicologia nas Organizações, (4ª ed). São Paulo: Saraiva.

Zanelli, J. C., Borges-Andrade, J. E., & Bastos, A. V. (2014). Psicologia, organizações e trabalho no Brasil, (2ª ed.) Porto Alegre: Artmed.

Downloads

Publicado

2020-01-04

Como Citar

Coelho, G. G., Arruda, A. C. C., Carneiro, A. L. F., Lima, E. S., & Barros, J. H. O. (2020). O Despertencimento Social de Trabalhadores Terceirizados em uma Universidade Pública: Relato de Experiência. PSI UNISC, 4(1), 83-92. https://doi.org/10.17058/psiunisc.v4i1.14270

Edição

Seção

Artigos