Clínica-Palavra-Corpo: Afirmar o Que se Vive e Viver o Que se Afirma

Autores

DOI:

https://doi.org/10.17058/psiunisc.v4i1.14491

Palavras-chave:

Clínica psicanalítica, Contemporaneidade, Criatividade, Práticas de si.

Resumo

O trabalho, construído através de um ensaio teórico, objetiva repensar a clínica psicanalítica a partir de problemáticas da sociedade atual. Pensando nas principais transformações sociais que afetam a subjetividade e as relações interpessoais, buscou-se identificar teorias e práticas que possam ser um contraponto ao desamparo contemporâneo. Voltando-se à escola húngara da psicanálise, foi possível investigar alguns conceitos de Ferenczi, de Winnicott e de Balint que propõem uma clínica afetiva e uma relação menos hierárquica entre analista e analisando. De tal maneira, proporcionando sustentação e possibilitando experiências de “novo começo”. Além disso, trabalhando com a ideia de promover um modo de vida que faça sentido ao sujeito, realizou-se uma aproximação com os conceitos de cuidado de si e parresía de Foucault. Desse modo, integrando o entendimento psicanalítico ao olhar para si e à coragem de escandalizar a verdade no próprio corpo e na existência, buscou-se construir uma clínica crítica e criativa.

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Biografia do Autor

Letícia de Deus Bender, Centro Universitário Metodista - IPA

Graduada em psicologia pelo Centro Universitário Metodista IPA. Residente de psicologia do programa de saúde da família e comunidade do Grupo Hospitalar Conceição.

Cleber Gibbon Ratto, Pesquisador do CNPq - Bolsista de Produtividade. Doutor em Educação. Pesquisador do PPGEDU/UNILASALLE.

Pesquisador do CNPq - Bolsista de Produtividade. Doutor em Educação. Pesquisador do PPGEDU/UNILASALLE. Psicólogo pela Universidade Católica de Pelotas. Psicoterapeuta. Membro do Centro de Estudos Psicanalíticos de Porto Alegre (CEPdePA). Doutor em Educação pela Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS).

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Publicado

2020-01-04

Como Citar

Bender, L. de D., & Ratto, C. G. (2020). Clínica-Palavra-Corpo: Afirmar o Que se Vive e Viver o Que se Afirma. PSI UNISC, 4(1), 121-134. https://doi.org/10.17058/psiunisc.v4i1.14491

Edição

Seção

Artigos