Terapia cognitiva para adolescentes em liberdade assistida: um relato de experiência

Autores

DOI:

https://doi.org/10.17058/psiunisc.v6i2.16619

Palavras-chave:

Terapia Cognitivo-Comportamental, medida socioeducativa, Liberdade assistida, Adolescente

Resumo

Esse artigo apresenta um relato de experiência da atuação acadêmica-profissional, que ocorreu no Centro de Defesa dos Direitos da Criança e do Adolescente – CEDEDICA, em Santa Maria/RS. Objetivou-se identificar os fatores que influenciaram o cometimento do ato infracional, e discorrer sobre os atendimentos psicológicos realizados com base na terapia cognitivo-comportamental, para os adolescentes em cumprimento de medida socioeducativa em meio aberto, de liberdade assistida. A pesquisa teve cunho qualitativo, a qual proporcionou a descoberta dos processos sociais e psicológicos ainda pouco conhecidos sobre o grupo específico, a partir de observações e da realização dos atendimentos semanais, entre o período de agosto de 2017 e junho de 2018. Os resultados apontaram que a prática do ato infracional pode ser influenciada por fatores como desigualdade social, família desestruturada, baixa escolaridade, falta de oportunidade e baixas expectativas no mercado de trabalho, criminalidade, assim como, a própria fase da adolescência. Através da terapia cognitivo-comportamental pode-se identificar e modificar as crenças desses adolescentes. Por fim, obteve-se uma mudança de pensamento e comportamento dos adolescentes, assim como, maior capacidade de expressão verbal e emocional.

 

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Biografia do Autor

Júlia Luciane Vidal, Universidade Federal de Santa Maria (UFSM)

Psicóloga. Especialista em Atenção à Saúde Mental pela Universidade Federal de Santa Maria. Residente em Gestão e Atenção Hospitalar com ênfase em Onco-Hematologia no Hospital Universitário de Santa Maria pela Universidade Federal de Santa Maria. Pós-Graduanda em Psicoterapia Cognitivo-Comportamental.

Luciane Benvegnú Piccoloto, Faculdade Integrada de Santa Maria (FISMA)

Psicóloga, Especialista em Psicologia Hospitalar pela ULBRA e em Psicoterapia Cognitivo-comportamental pela UNISINOS, possui mestrado em Psicologia Clínica pela Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (2003). Doutora em Educação pela Universidade Federal de Santa Maria (UFSM). Professora da graduação em Psicologia na FISMA e professora e supervisora do curso de formação em psicoterapia cognitivo-comportamental do Cognitivo.

Fabiane Schott, Universidade Federal de Santa Maria (UFSM)

Psicóloga. Especialista em Psicologia Jurídica e Avaliação Psicológica. Mestranda em Ciências da Saúde pela Universidade Federal de Santa Maria. Pós-Graduanda em Psicologia Infantil.

Alice Dias Pasche, Universidade Federal de Santa Maria (UFSM)

Psicóloga. Residente em Atenção à Saúde Mental pela Universidade Federal de Santa Maria.

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Publicado

2022-09-06

Como Citar

Vidal, J. L., Piccoloto, L. B., Schott, F., & Pasche, A. D. (2022). Terapia cognitiva para adolescentes em liberdade assistida: um relato de experiência. PSI UNISC, 6(2), 158-173. https://doi.org/10.17058/psiunisc.v6i2.16619

Edição

Seção

Artigos