Adaptação transcultural da Heartland Forgiveness Scale (HFS) em amostra de idosos brasileiros

Autores

DOI:

https://doi.org/10.17058/psiunisc.v6i1.17278

Palavras-chave:

Idosos, Perdão, Adaptação transcultural

Resumo

A Heartland Forgiveness Scale (HFS) é um instrumento que mede a disposição pessoal para o perdão em relação aos outros, a si mesmo e a situações fora do controle de qualquer pessoa. O presente estudo teve como objetivo traduzir e adaptar transculturalmente a HFS para idosos brasileiros. Para tanto, o método de adaptação do instrumento foi divido em etapas: definições conceituais e revisão da literatura; tradução e síntese das traduções; retrotradução (backtraslation); análise de especialistas; estudo piloto e elaboração da versão final do instrumento; primeiras análises psicométricas da versão final. Nas etapas de tradução, retrotradução e análises de especialistas participaram quatro tradutores e duas psicólogas especialistas. Já o estudo piloto contou com a participação de 32 idosos provenientes da região Sul do Brasil, com idades entre 60 e 89 anos, em sua maioria com alto grau de escolaridade. Utilizou-se uma Ficha de dados sócio demográficos e a HFS. A partir desse estudo, ainda que em caráter inicial, pode-se concluir que a HFS está adaptada transculturalmente para a população idosa brasileira. Sendo assim, está apta a ser aplicada em uma amostra maior para que possa ser submetida a análises psicométricas de sua validação. A adaptação de instrumentos de outras culturas nessa temática se faz necessária para realidade brasileira devido a escassez de estudos na área do perdão, em especial com populações de idosos. Futuramente, pode também contribuir para a elaboração de técnicas de intervenção e criação de estratégias voltadas para prevenção e promoção da saúde do idoso.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Gabriela Veiga Alano Rodrigues, Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul

Graduada em Psicologia pela Universidade da Região da Campanha (2012), possui Formação em Positive Psychology pela City University London (2014). Especialista em Religiosidade e Espiritualidade na Prática Clínica pela Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (2016), Mestre em Gerontologia Biomédica pela Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (2017) e Doutoranda em Gerontologia Biomédica pela Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (2019). Atualmente em Programa de Doutorado Sanduíche no Exterior (PUCRS Print) pela CAPES na Universidade Católica de Valência San Vicente Mártir (UCV) na Espanha. Pesquisadora no grupo de pesquisa AICV (Avaliação e Intervenção no Ciclo Vital) do Programa de Pós-Graduação em Psicologia da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (2016).

Carolina Villanova Quiroga, Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul

Psicóloga graduada pela Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (2013). Especialista em Psicologia Hospitalar (Hospital de Clinicas de Porto Alegre), com ênfase em Oncologia Pediátrica (2015). Mestre em Psicologia, com ênfase em Psicologia Clínica (PUCRS). Doutoranda em Medicina - Pediatria e Saúde da Criança (PUCRS) e membro do Developmental Cognitive Neuroscience Lab (DCNL). Especializanda em Ações Terapêuticas para Situações de Luto (PUCSP). Vice Coordenadora do Núcleo SBPH/RS (2015-2017). Atua em consultório particular e em Home Care. Atualmente psicóloga no Hospital de Clínicas de Porto Alegre, atuando exclusivamente na assistência em Unidade de Terapia Intensiva Covid-19.

Irani Iracema de Lima Argimon, Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul

Irani Iracema de Lima Argimon é psicóloga (PUCRS, 1979), Especialista em Toxicologia Aplicada (PUCRS, 1990) e em Dependência Química (ABEAD, 2020). Possui Mestrado em Educação (PUCRS, 1997) e Doutorado em Psicologia (PUCRS, 2002). Terapeuta Cognitivo-Comportamental certificada pela Fundação Brasileira de Terapias Cognitivas (FBTC, 2015). Pós-doutorado em Valência - Espanha (12/2019-03/2020). É coordenadora do Grupo de Pesquisa Avaliação e Intervenção no Ciclo Vital, do PPGP da PUCRS desde 2004. Bolsista Produtividade CNPq. Professora Titular dos cursos de Graduação e de Pós-Graduação em Psicologia da PUCRS. Professora Titular do Pós-Graduação do Instituto de Geriatria e Gerontologia da PUCRS.

Referências

Allemand, M. (2008). Age differences in forgivingness: The role of future time perspective. Journal of Research in Personality, 42(5), 1137–1147. doi: 10.1016/j.jrp.2008.02.009

Artes, R., & Barroso, L. P. (2016). Introdução estatística à avaliação das escalas. In C. Gorestein, Y. Wang, & I. Hungerbühler (Orgs.), Instrumentos de Avaliação em Saúde Mental (pp. 23-36). Porto Alegre: Artmed.

Beaton, D., Bombardier, C., Guillemin, F., & Ferraz, M. B. (2002). Recommendations for the cross-cultural adaptation of health status measures. New York: American Academy of Orthopaedic Surgeons, 12, 1-9.

Borsa, J. C., Damásio, B. F., & Bandeira, D. (2012). Adaptação e validação de instrumentos psicológicos entre culturas: algumas considerações. Paidéia, (53), 423432.

Cassepp-Borges, V., Balbinotti, M. A., & Teodoro, M. L. (2010). Tradução e validação de conteúdo: uma proposta para a adaptação de instrumentos. In L. Pasquali (Org.). Instrumentação psicológica: Fundamentos e práticas (pp. 506-520). Porto Alegre: Artmed.

Cooper, H., Camic, P., Long, D., Panter, A. T., Rindskopf, D., & Sher, K. J. (2012). APA handbook of research methods in psychology, Vol 1: Foundations, planning, measures, and psychometrics. Washington, DC: American Psychological Association.

Cronbach, L. J. (1951). Coefficient alpha and the internal structure of tests. Psychometrika, 16(3), 297-334.

Dahiya, R., & Rangnekar, S. (2020). Forgiveness in Indian organizations: a revisit of the heartland forgiveness scale. Current Psychology, 39(6), 2174-2191.

Fagundes, A. J. D. F. M. (1999). Descrição, definição e registro de comportamento. Edicon.

Gallo-Giunzioni, K., Prieto-Ursúa, M., Fernández-Belinchón, C., & Luque-Reca, O. (2021). Measuring forgiveness: psychometric properties of the Heartland Forgiveness Scale in the Spanish population. International journal of environmental research and public health, 18(1), 45. doi: 10.3390/ijerph18010045

Godoy Izquierdo, D., Martínez, A., & Godoy, J. F. (2009). Balance afectivo en hombres y mujeres: Implicaciones de la edad y el sexo. Psicología Conductual, 17(2), 299319.

Ikedo, F., Castro, L., Fraguas, S., Rego, F., & Nunes, R. (2020). Cross-cultural adaptation and validation of the European Portuguese version of the heartland forgiveness scale. Health and quality of life outcomes, 18(1), 1-9.

McCullough, M. E., & Witvliet, C. V. (2002). The psychology of forgiveness. Handbook of positive psychology, 2, 446-455.

Organização Mundial da Saúde [OMS]. (2002). Active ageing: a police framework. Recuperado de https://apps.who.int/iris/handle/10665/67215

Pasquali, L. (2016). Princípios de elaboração de escalas. In C. Gorenstein, T.-P Wang, I. Hungerbühler (Orgs.), Instrumentos de avaliação em saúde mental. Porto Alegre: Artmed.

Ramírez, E., Ortega, A. R., Chamorro, A., & Colmenero, J. M. (2014). A program of positive intervention in the elderly: Memories, gratitude and forgiveness. Aging & mental health, 18(4), 463-470. doi: 10.1080/13607863.2013.856858

Rodrigues, G. V. A., Giacomoni, C. H., & Argimon, I. I. L. (2019) Perdão: ressignificando vivências adversas. In I. I. L. Argimon, A. A. Moraes, C. V. Quiroga, & G. V. A. Rodrigues (Orgs.). Avaliação e Intervenção no Ciclo Vital: da Promoção de Saúde à Prática Clínica (1 ed., pp. 181192). São Paulo: Hogrefe.

Seligman, M. E. (2002). Positive psychology, positive prevention, and positive therapy. In C. Snyder, & S. J. Lopez (Eds.), Handbook of positive psychology (pp. 3-12). New York: Oxford University Press.

Suzman, R., Beard, J. R., Boerma, T., & Chatterji, S. (2015). Health in an ageing world—what do we know?. The Lancet, 385(9967), 484-486.

Streiner, D. L., Norman, G. R., & Cairney, J. (2014). Health measurement scales: a practical guide to their development and use. New York: Oxford University Press.

Thompson, L. Y., Snyder, C. R., Hoffman, L., Michael, S. T., Rasmussen, H. N., Billings, L. S., Heinze, L., Neufeld, J. E., Shorey, H. S., Roberts, J. C., & Roberts, D. E. (2005). Dispositional forgiveness of self, others, and situations. Journal of personality, 73(2), 313-360.

Toussaint, L. L., Owen, A. D., & Cheadle, A. (2012). Forgive to live: Forgiveness, health, and longevity. Journal of Behavioral Medicine, 35(4), 375-386. doi: 10.1007/s10865-011-9362-4

Veras, R. (2009). Envelhecimento populacional contemporâneo: demandas, desafios e inovações. Revista de saúde pública, 43, 548-554.

Hungerbühler, I. & Wang, Y. P. (2016). Aspectos transculturais na adaptação de instrumentos. In C. Gorenstein, T.-P Wang, I. Hungerbühler (Orgs.), Instrumentos de avaliação em saúde mental. Porto Alegre: Artmed.

Downloads

Publicado

2022-12-05

Como Citar

Rodrigues, G. V. A. ., Quiroga, C. V., & Argimon, I. I. de L. (2022). Adaptação transcultural da Heartland Forgiveness Scale (HFS) em amostra de idosos brasileiros. PSI UNISC, 6(1), 07-18. https://doi.org/10.17058/psiunisc.v6i1.17278

Edição

Seção

Artigos