Ser inversor: plataformas financieras, gamificación y producción de subjetividad

Autores/as

DOI:

https://doi.org/10.17058/psiunisc.v7i1.17910

Palabras clave:

Subjetividad, Gamificación, Plataformas digitales, Financiarización

Resumen

Estudios han relacionado la creciente desigualdad socioeconómica, en el ámbito del capitalismo neoliberal, con el proceso de financiarización. Considerando su importancia para trazar diagnósticos del presente, desarrollamos una investigación que tiene como objetivo conocer modos de subjetivación conectados a lo que llamamos el dispositivo de financiarización, constituido por elementos heterogéneos; en este artículo nos enfocamos en las plataformas financieras digitales que fomentan la práctica de invertir. Utilizamos el método de la cartografía, prestando atención a las líneas de enunciación y visibilidad (saber), fuerza (poder) y subjetivación en el análisis de sitios web y aplicaciones de siete instituciones (Robinhood, Warren, C6 Bank, Banco Inter, Rico, Itaú/ión y Nubank /NuInvest), cuyo formato y funcionamiento hacen referencia a la gamificación. Constatamos que elementos relacionados con ciertas dinámicas, mecánicas y componentes del juego están estratégicamente compuestos para producir un sujeto inversor: las narrativas presentan las plataformas como compañeros que simplifican todo para dar oportunidades para todos, incluso con poco dinero (R$ 30,00), para iniciar un camino al mundo de las inversiones, un medio para prosperar y hacer realidad los sueños; consejos y artículos, en formato corto, sirven como desafíos para que los clientes exploren e inserten más en este mercado; se movilizan emociones como la diversión – a través del diseño lúdico y el acercamiento a las formas de entretenimiento–, la intrepidez y el empoderamiento – con dichos como “#SinMiedoaLaBolsa” y el paradójico “luchamos contra la complejidad para empoderar a las personas” –, para abarcar la práctica con relajación y seguridad. Discutimos la producción de sujetos instalados en la “superficie del saber-poder”, la normalización y despolitización de la práctica, y abrimos interrogantes sobre el sentido estratégico de invitar a todos a pertenecer, identificarse y, así, sustentar cualquier ganancia en este mercado.

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Biografía del autor/a

Inês Hennigen

Possui graduação em Psicologia pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (1985), mestrado em Psicologia do Desenvolvimento pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (1994) e doutorado em Psicologia pela Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (2004). É professora adjunto da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Instituto de Psicologia, Departamento de Psicologia Social e Institucional e do PPG em Psicologia Social e Institucional. Tem experiência na área de Psicologia, com ênfase em Psicologia Social e Psicologia e Educação; atualmente, tem se dedicado ao estudo, pesquisa e intervenção no que concerne às seguintes questões: modos de subjetivação, midia e tecnologias, relações de gênero, educação, relações de consumo, cidadania e (super)endividamento.

Matheus Dalazen Foletto , Universidade Federal do Pampa

Atualmente é graduando em Medicina na Universidade Federal do Pampa, possui graduação incompleta em Psicologia (UFRGS).

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Publicado

2023-01-16

Cómo citar

Hennigen, I., & Dalazen Foletto , M. (2023). Ser inversor: plataformas financieras, gamificación y producción de subjetividad. PSI UNISC, 7(1), 197-219. https://doi.org/10.17058/psiunisc.v7i1.17910

Número

Sección

Artículos