Discursos de Violência Contra Mulheres LBT: Invisibilidade e Silenciamento
DOI:
https://doi.org/10.17058/psiunisc.v3i2.13392Palavras-chave:
Violência, Mulheres LBT, Análise de discurso.Resumo
A violência contra a mulher, mesmo sendo combatida diariamente através de leis e militâncias, ainda é muito presente na sociedade brasileira, produzindo-se de diversas formas e atingindo todos os grupos de mulheres. Esta pesquisa teve como objetivo compreender os discursos sobre violência contra mulheres lésbicas, bissexuais, travestis e transexuais, entendendo que estas correm um risco particular de violência, pois, além de sofrerem pela desigualdade de gênero vigente na sociedade, escapam do padrão cis-heteronormativo. O trabalho parte da perspectiva teórico-metodológica da Análise de Discurso de Michel Pêcheux (1995). Como corpus, tomaram-se depoimentos coletados online, por meio de uma postagem em um grupo no Facebook. As violências descritas se dão no espaço público e privado, de forma mais ou menos explícita. A violência como efeito está ancorada em uma formação discursiva conservadora que toma o padrão heteronormativo como regra. A análise apontou ainda para a dificuldade de nomeação das situações de violência vividas, bem como uma política de silêncio imposta em relação à própria condição de mulher LBT.
Downloads
Referências
Associação Nacional de Travestis e Transexuais [ANTRA]. (2018). Violência crescente contra pessoas trans em 2018. Recuperado de https://antrabrasil.org/2018/03/29/violencia-crescente-contra-pessoas-trans-em-2018/
Blay, E. A. (2008) Assassinato de mulheres e direitos humanos (34ª ed.). São Paulo: USP.
Brandão, H. H. N. (2004). Introdução à análise do discurso (2ª ed.). Campinas, SP: Editora da Unicamp.
Dinis, N. F. (2011). Homofobia e educação: quando a omissão também é signo de violência. Educar em Revista, (39), 39-50. doi: 10.1590/S0104-40602011000100004
Dinis, N. (2014). Por uma Pedagogia Queer. Itinerarius Reflectionis, 9(2). 10.5216/rir.v2i15.27710
Facebook. (2019). Informações da empresa [Site institucional do Facebook]. Recuperado de https://br.newsroom.fb.com/company-info/
Fragoso, S., Recuero, R., & Amaral, A. (2011). Métodos de pesquisa para internet. Porto Alegre: Sulina.
Jesus, J. G. (2012). Orientações sobre a população transgênero: conceitos e termos (2ª ed.). Brasília: Autor, Recuperado de https://www.sertao.ufg.br/up/16/o/ORIENTA%C3%87%C3%95ES_POPULA%C3%87%C3%83O_TRANS.pdf?1334065989
Indursky, F., & Ferreira, M. C. L. (Orgs). (2007). Análise do discurso no Brasil: mapeando conceitos, confrontando limites. São Carlos: Claraluz.
Oliveira, R. C., Lima, J. C. P. & Arana, A. M. F. R. (2017). Da criação das DEAM´s à Lei Maria da Penha: uma reflexão sobre a questão da violência contra as mulheres. Revista Ártemis, 24(1), 201-213.
Orlandi, E. P. (2015). Análise de Discurso: princípios e procedimentos (12ª ed.). São Paulo: Pontes Editores
Orlandi, E. P. (2007). As formas do silêncio: no movimento dos sentidos (6ª ed.). Campinas, SP: Editora da UNICAMP
Pêcheux, M. (1983/2014). A análise do discurso: três épocas. In F. Gadet, T. Hak (Orgs.), Por uma análise automática do discurso: uma introdução à obra de Michel Pêcheux (2ª ed., pp. 307-315). Campinas: Ed. da UNICAMP.
Pêcheux, M. (1995). Semântica e discurso: uma crítica à afirmação do óbvio (2ª ed.) (E. P. Orlandi et al., Trad.). Campinas, SP: Editora da UNICAMPI.
Pêcheux, M. (2008). O discurso: estrutura ou acontecimento (5ª ed.) (E. P. Orlandi Trad.). Campinas, SP: Pontes Editores.
Pinsky, C. B., & Pedro, J. M. (orgs). (2013). Nova História das Mulheres no Brasil. São Paulo: Contexto.
Recuero, R. (2009). Redes sociais na internet. Porto Alegre: Sulina. Recuperado de http://www.ichca.ufal.br/graduacao/biblioteconomia/v1/wp-content/uploads/redessociaisnainternetrecuero.pdf.
Sacramento, L. T., & Rezende, M. M. (2006). Violências: lembrando alguns conceitos. Aletheia, (24), 95-104. Recuperado de http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1413-03942006000300009
Solnit, R. (2017). A mãe de todas as perguntas: reflexões sobre os novos feminismos. São Paulo: Companhia das letras.
Souza, D. P., & Cararo, A. (2017). Extraordinárias: mulheres que revolucionaram o Brasil. São Paulo: Seguinte.
Stevens, C., Oliveira, S. R., & Zanello, V. (2014). Estudos feministas e de gênero: articulações e perspectivas. Florianópolis: Ed. Mulheres.
Waiselfisz, J. J. (2015) Mapa da Violência 2015: Homicídio de mulheres no Brasil. Recuperado de https://www.mapadaviolencia.org.br/pdf2015/MapaViolencia_2015_mulheres.pdf
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
A submissão de originais para este periódico implica na transferência, pelos autores, dos direitos de publicação impressa e digital. Os direitos autorais para os artigos publicados são do autor, com direitos do periódico sobre a primeira publicação. Os autores somente poderão utilizar os mesmos resultados em outras publicações indicando claramente este periódico como o meio da publicação original. Em virtude de sermos um periódico de acesso aberto, permite-se o uso gratuito dos artigos em aplicações educacionais e científicas desde que citada a fonte conforme a licença CC-BY da Creative Commons.