Transtorno depressivo maior: diferentes possibilidades para pacientes resistentes ao tratamento
DOI:
https://doi.org/10.17058/psiunisc.v5i2.15284Palavras-chave:
Transtorno depressivo maior, Tratamentos, Terapia cognitivo-comportamental.Resumo
O transtorno depressivo maior é considerado atualmente uma questão de saúde pública devido à alta taxa de prevalência na população em geral. Com frequência, esse transtorno não é diagnosticado nem tratado, gerando impactos relevantes em todas as esferas da vida do indivíduo. Objetivando analisar o que se tem discutido sobre o assunto realizou-se uma revisão narrativa acerca dos diferentes recursos envolvidos no tratamento do transtorno depressivo maior para pacientes resistentes. Os resultados encontrados indicaram que a depressão é facilmente confundida com outras patologias justamente pelos sintomas físicos que os pacientes apresentam. O estigma que envolve a saúde mental também é um fator agravante ao tratamento. Por meio dessa revisão foi possível constatar que embora existam tratamentos médicos promissores e eficientes, como a eletroconvulsoterapia e a estimulação magnética transcraniana, eles não são acessíveis à toda população, uma vez que para esses procedimentos não há investimento no Sistema Único de Saúde. Já a psicoterapia cognitivo-comportamental combinada ao uso de fármacos sobressai-se em relação a outros tipos de recursos disponíveis, principalmente nos aspectos que envolvem qualidade de vida e funcionalidade.
Downloads
Referências
Abreu, P. R., & Santos, C. (2008). Behavioral models of depression: A critique of the emphasis on positive reinforcement. International Journal of Behavioral and Consultation Therapy, 4(2) 130-145. doi:10.1037/h0100838
Andrade, A. F., & Mello, C. P. C. (2010). Reabilitação ação neuropsicológica na Depressão: um enfoque terapêutico ocupacional. Cadernos Brasileiros de Terapia Ocupacional da UFSCar, 18(1) 49-55. Recuperado de http://www.cadernosdeterapiaocupacional.ufscar.br/index.php/cadernos/article/view/332
American Psychiatric Association Task Force On Electroconvulsive Therapy. (2001). The practice of electroconvulsive therapy: recommendations for treatment, training and privileging. Washington, DC: Author.
American Psychiatry Association. (2014). Manual diagnóstico e estatístico de transtornos mentais (5a ed.). Porto Alegre: Artmed.
Almeida, A. M. de, & Lotufo Neto, F. (2003). Diretrizes metodológicas para investigar estados alterados de consciência e experiências anômalas. Archives of Clinical Psychiatry (São Paulo), 30(1), 21–28. doi: 10.1590/s0101-60832003000100003
Bahls, S. C., & Bahls, F. R. C. (2003). Psicoterapias da depressão na infância e na adolescência. Estudos de Psicologia (Campinas), 20(2), 25–34. doi: 10.1590/s0103-166x2003000200003
Bear, M. F., Connors, B. W., & Paradiso, M. A. (2017). Neurociências: desvendando o sistema nervoso (4a ed.). Porto Alegre: Artmed.
Beck, A. T., Rush, A. J., Shaw, B. F., & Emery, G. (1997). Terapia cognitiva da depressão. Porto Alegre: Artes Médicas.
Beck, J. S. (2013). Terapia Cognitiva-Comportamental: teoria e prática (2a ed.). Porto Alegre: Artmed.
Beck, A. T., & Bredemeier, K. (2016). A Unified Model of Depression. Clinical Psychological Science, 4(4), 596–619. doi: 10.1177/2167702616628523
Bolsoni-Silva, A. T., & Loureiro, S. R. (2015). Anxiety and depression in brazilian undergraduate students: the role of sociodemographic variables, undergraduate course characteristics and social skills. British Journal of Applied Science & Technology, 297–307. Recuperado de http://www.sciencedomain.org/review-history/6616
Brent, D., Emslie, G., Clarke, G., Wagner, K. D., Asarnow, J. R., Keller, M., … Leonard, H. (2008). Switching to Another SSRI or to Venlafaxine With or Without Cognitive Behavioral Therapy for Adolescents With SSRI-Resistant Depression. JAMA, 299(8), 901-913. doi: 10.1001/jama.299.8.901
Brunoni, A. R. (2012). Tratamento do transtorno depressivo maior com estimulação transcraniana por corrente contínua: Ensaio clínico, aleatorizado, duplo- cego, fatorial (Tese de Doutorado). Universidade de São Paulo, São Paulo, SP, Brasil.
Campos, J. R., Del Prette, A., & Del Prette, Z. A. P. (2014). Depressão na adolescência: Habilidades sociais e variáveis sociodemográficas como fatores de risco/proteção. Estudos e Pesquisas em Psicologia, 14(2),408-428.
Canadian Network for Mood and Anxiety Treatments [CANMAT]. (2012). Treating depressive disorder: relapse and recurrence. Recuperado de http://www.canmat.org/cme-depression-relapse-and-recurrence.php
Cardoso, L. R. D. (2011). Psicoterapias comportamentais no tratamento da depressão. Psicologia Argumento, 29(67) 479-489. doi: 10.7213/rpa.v29i67.20359
Carneiro, A. M., & Dobson, K. S. (2016). Cognitive-behavioral treatment for major depressive disorder: a narrative review. Revista Brasileira de Terapias Cognitivas, 12(1), 42-49. doi: 10.5935/1808-5687.20160007
Cooper, W. O., Callahan, S. T., Shintani, A., Fuchs, D. C., Shelton, R. C. Dudley, J. A., … Ray, W. A. (2014). Antidepressants and suicide attempts in children. Pediatrics, 133(2) 204-210. doi: 10.1542/peds.2013-0923
Costa, R. A., Soares, H. L. R., & Teixeira, J. A. C. (2007). Benefícios da atividade física e do exercício físico na depressão. Revista Do Departamento de Psicologia. UFF, 19(1), 273–274. doi: 10.1590/s0104-80232007000100022
Cuijpers, P. (2016). Are all psychotherapies equally effective in the treatment of adult depression? The lack of statistical power of comparative outcome studies. Evidence Based Mental Health, 19(2), 39–42. doi: 10.1136/eb-2016-102341
Davis, A. K., Barrett, F. S., May, D. G., Cosimano, M. P., Sepeda, N. D., Johnson, M. W., … Griffiths, R. R. (2021). Effects of Psilocybin-Assisted Therapy on Major Depressive Disorder. JAMA Psychiatry, 78(5), 481- 489. doi: 10.1001/jamapsychiatry.2020.3285
Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde do Brasil (DATASUS). (2012). Saúde Pública em Alerta: No Brasil, mortes por depressão crescem mais de 700% em 16 anos mostram dados do DATASUS. Brasil: DATASUS. Recuperado de http://datasus.saude.gov.br/noticias/atualizacoes/512-saude-publica-em-alerta-no-brasil-mortes-por-depressao-crescem-mais-de-700-em-16-anos-mostram-dados-do-datasus
Dobson, K. S. (2016). New frontiers in cognitive-behavioral therapy for depression. International Journal of Cognitive Therapy, 9(2) 107-123. doi:10.1521/ijct.2016.9.2.107
Dunn, T. W., Vittengl, J. R., Clark, L. A., Carmody, T., Thase, M. E., & Jarrett, R. B. (2011). Change in psychosocial functioning and depressive symptoms during acute-phase cognitive therapy for depression. Psychological Medicine, 42(2), 317–326. doi: 10.1017/s0033291711001279
Fava, G. A., Rafanelli, C., Grandi, S., Conti, S., & Belluardo P. (1998). Prevention of recurrent depression with cognitive behavioral therapy. Arch Gen Psychiatry, 55(9) 816-820. doi: 10.1001/archpsyc.55.9.816
Fernandes, C. S., Falcone, E. M. O., & Sardinha, A. (2012). Deficiências em habilidades sociais na depressão: Um estudo comparativo. Psicologia: Teoria e Prática, 14(1) 183-196. Recuperado de http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1516-36872012000100014&lng=pt&tlng=pt
Fleck, M. P., Berlim, M. T., Lafer, B., Sougey, E. B., Porto, J. A. D., Brasil, M. A., . . . Hetem, L. A. (2009). Revisão das diretrizes da Associação Médica Brasileira para o tratamento da depressão (Versão integral). Brazilian Journal of Psychiatry, 31(Suppl. 1), S7-S17. doi: 10.1590/S1516-44462009000500003
Freire, T. F. V. (2016). Associação de eletroconvulsoterapia a tratamento farmacológico no transtorno depressivo maior: análise de desfecho clínico, marcadores inflamatórios e neurotrofinas (Tese de Doutorado). Faculdade de medicina programa de pós-graduação em psiquiatria e ciências do comportamento, Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, RS, Brasil.
Friedman, E. S., Thase, M. E., Wisniewski, S. R., Trivedi, M. H., Biggs, M. M., Fava, M., … Rush, A. J. (2009). Cognitive therapy argumentation versus CT switch treatment: A STAR*D report. International Journal of Cognitive Therapy, 2(1) 66-87.
Goodier, R. (2014). Is depression less common among men, or are they less likely to acknowledge it? Nova York: Medscape.
Gomes, I. S., & Caminha, I. D. O. (2014). Guia para estudos de revisão sistemática: uma opção metodológica para as Ciências do Movimento Humano. Movimento, 20(1) 395-411. Recuperado de https://pesquisa.bvsalud.org/portal/resource/pt/biblio-995769
Gottlieb, J. D., Mueser, K. T., Rosenberg, S. D., Xie, H., & Wolfe, R. S. (2011). Psychotic Depression, Posttraumatic Stress Disorder, and Engagement in Cognitive-Behavioral Therapy within an Outpatient Sample of Adults with Serious Mental Illness. Comprehensive Psychiatry, 52(1) 41-49. doi: 10.1016/j.comppsych.2010.04.012
Hofmann S. G. (2014). Introdução à terapia cognitivo-comportamental contemporânea. Porto Alegre: Artmed.
Lefaucheur, J.-P., André-Obadia, N., Antal, A., Ayache, S. S., Baeken, C., Benninger, D. H., … Oliviero, A. (2014). Evidence-based guidelines on the therapeutic use of repetitive transcranial magnetic stimulation (rTMS). Clinical Neurophysiology, 125(11), 2150–2206. doi: 10.1016/j.clinph.2014.05.021
Kobayashi, M., & Pascual-Leone, A. (2003). Transcranial magnetic stimulation in neurology. The Lancet Neurology, 2(3), 145–156. doi: https://doi.org/10.1016/s1474-4422(03)00321-1
Koenig, M., & Thase, M. E. (2009). First -line pharmacotherapies for depression: What is the best choice? Polskie Archiwum Medycyny Wewnetrznej, 119(7-8) 478-486.
Matos, A. C. S., & Oliveira, I. R. (2013). Terapia cognitivo-comportamental da depressão: Relato de caso. Revista de Ciências Médicas e Biológicas, 12(4), 512-519.
Mclntyre, R. S. (2015). Clínico geral, psiquiatra, psicólogo, paciente. A quadratura do círculo? Disfunção cognitiva no transtorno depressivo maior. Canadá: Medscape Education. Recuperado de http://img.medscapestatic.com/images/846/378/846378_webreprint_por.pdf
Moffa, A. H. D. M. (2016). Estimulação transcraniana por corrente contínua na fase aguda do episódio depressivo maior: Uma meta-análise de dados individuais (Dissertação de Mestrado). Instituto de Psicologia na Universidade de São Paulo, SP, Brasil.
Montenegro, M. C., & Cantilino, A. (2016). Estimulação magnética transcraniana: o que o psiquiatra deve saber?. Debates Em Psiquiatria, 6(3), 23-36. Recuperado de https://www.revistardp.org.br/revista/article/view/131
Moser, C. M., Lobato, M. I., & Belmonte-De-Abreu, P. (2005). Evidências da eficácia da eletroconvulsoterapia na prática psiquiátrica. Revista de Psiquiatria do Rio Grande do Sul, 27(3) 302-310. doi: 10.1590/S0101-81082005000300009
Oliveira, P. A. (2010). Habilidades sociais, depressão, ansiedade e alcoolismo em bombeiros: Um estudo correlacional (Dissertação de Mestrado). Universidade Federal de São Carlos, São Carlos, SP, Brasil.
Pastore, D. L., Bruno, L. M., Nardi, A. E., & Dias, A. G. (2008). O uso da eletroconvulsoterapia no Instituto de Psiquiatria da Universidade Federal do Rio de Janeiro no período de 2005 a 2007. Revista de Psiquiatria do Rio Grande do Sul, 30(3), 175-181. doi: 10.1590/S0101-81082008000400006
Powell, V. B., Abreu, N., Oliveira, I. R., & Sudak, D. (2008). Terapia cognitivo-comportamental da depressão. Brazilian Journal of Psychiatry, 30(Suppl. 2), 73-80. doi: 10.1590/S1516-44462008000600004
Ribeiro, R. B., Melzer-Ribeiro, D. L., Rigonatti, S. P., & Cordeiro, Q. (2012). Electroconvulsive therapy in Brazil after the “psychiatric reform”: a public health problem-example from a university service. J ECT., 28(3) 170-173. doi:10.1097/YCT.0b013e31824d2889
Rothschild, A. J. (2013). Challenges in the Treatment of Major Depressive
Disorder with Psychotic Features. Schizophrenia Bulletin, 39(3) 787-796. doi: 10.1093/schbul/sbt046
Solomon, A. (2014). O demônio do meio dia: Uma anatomia da depressão (2a ed.). São Paulo: Companhia das letras.
Stahl, S. M. (2014). Psicofarmacologia: bases neurocientíficas e aplicações práticas (4a ed.). Rio de Janeiro: Guanabara Koogan.
Stopa, S. R., Malta, D. C., Oliveira, M. M. de, Lopes, C. de S., Menezes, P. R., & Kinoshita, R. T. (2015). Prevalência do autorrelato de depressão no Brasil: resultados da Pesquisa Nacional de Saúde, 2013. Revista Brasileira de Epidemiologia, 18(suppl 2), 170–180. doi: 10.1590/1980-5497201500060015
Tomas, A. C. T., & Carvalho, M. R. (2014). Treino assertivo para a depressão: uma revisão bibliográfica. Revista Brasileira de Terapias Cognitivas, 10(2), 103-111. doi: 10.5935/1808-5687.20140016
Vosgerau, D. S. A. R., & Romanawski, J. P. (2014). Estudos de revisão: implicações conceituais e metodológicas. Revista de Diálogo Educacional, 14(41) 165-189. Recuperado de https://periodicos.pucpr.br/index.php/dialogoeducacional/article/view/2317
Wenzel, A., Brown, G. K., & Beck, A. T. (2010). Terapia cognitivo-comportamental para pacientes suicidas. Porto Alegre: Artmed.
Wiles, N., Thomas, L., Abel, A., Barnes, M., Carroll, F., Ridgway, N., … Turner, K. (2014). Clinical effectiveness and cost-effectiveness of cognitive behavioural therapy as an adjunct to pharmacotherapy for treatment-resistant depression in primary care: the CoBalT randomised controlled trial. Health Technology Assessment, 18(31), 1-167. doi: 10.3310/hta18310
World Health Organization. (WHO). (2009). Mental health: new unders tanding, new hope. Genova: WHO.
World Health Organization (WHO). (2010). International statistical classification of diseases and related health problems - ICD-10 (10th ed.). Genova: WHO.
World Health Organization. (WHO). (2013). Mental Health Action Plan 2013-2020. Geneva: Author.
World Health Organization. (WHO). (2016). World health statistics 2016: monitoring health for the SDGs, sustainable development goals. Geneva: WHO.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
A submissão de originais para este periódico implica na transferência, pelos autores, dos direitos de publicação impressa e digital. Os direitos autorais para os artigos publicados são do autor, com direitos do periódico sobre a primeira publicação. Os autores somente poderão utilizar os mesmos resultados em outras publicações indicando claramente este periódico como o meio da publicação original. Em virtude de sermos um periódico de acesso aberto, permite-se o uso gratuito dos artigos em aplicações educacionais e científicas desde que citada a fonte conforme a licença CC-BY da Creative Commons.