Estudo de Caso sobre a Atividade Docente: Família, Alunos e Sistema Educacional
DOI:
https://doi.org/10.17058/psiunisc.v7i2.18109Palavras-chave:
Trabalho docente, Estudo de caso, Intervenção psicossocialResumo
A identidade do docente, vista como um processo, diz respeito à dinâmica entre a forma de se sentir e a maneira de se dizer professor. O objetivo da investigação apresentada é compreender como se dá a busca por um “trabalho bem-feito” no exercício da docência. Tal proposta foi realizada a partir de estudo de caso derivado de uma intervenção, baseada na perspectiva da Clínica da Atividade, efetuada em uma escola de ensino fundamental situada no interior do Estado do Ceará. Foram efetivadas observações das atividades realizadas e autoconfrontações simples, intercaladas com reuniões entre os facilitadores e as oito docentes participantes. Os dados foram submetidos à análise construtivo-interpretativa. Os resultados indicaram que a qualidade nesse exercício laboral é transpassada por questões multifacetadas: realidade social, cultural e familiar dos alunos; relacionamento entre família e docentes; apoio familiar na vida escolar das crianças, entre outras. As professoras desenvolveram estratégias para lidar com tais questões.
Downloads
Referências
Albuquerque G. S. C., Lira, L. N. A., Santos Junior, I., Chiochetta, R. L., Perna, P. O., & Souza e Silva, M. J. (2018). Exploração e sofrimento mental de professores: um estudo na Rede Estadual de Ensino do Paraná. Trabalho, Educação e Saúde [online]. 16(3), 1287-1300. https://doi.org/10.1590/1981-7746-sol00145
Araújo, C. S. T., Mendes, O. A. B., de Moraes, R. C., & Bastos, S. M. C. (2016). A construção da leitura e da escrita no primeiro ano do ensino fundamental: um olhar sobre as escolas municipais de Niquelândia/GO. Pedagogia em Foco, 11(5), 26-41. Recuperado de http://revista.facfama.edu.br/index.php/PedF/article/viewFile/183/161
Batista, M., & Rabelo, L. (2013). Imagine que eu sou seu sósia. Aspectos técnicos de um método em clínica da atividade. Cadernos de Psicologia Social do Trabalho, 16(1), 1-8. https://doi.org/10.11606/issn.1981-0490.v16i1p1-8
Bayma-Freire, H., Roazzi, A., & Roazzi, M. M. (2015). O nível de escolaridade dos pais interfere na permanência dos filhos na escola? Revista de Estudios e Investigación en Psicología y Educación, 2(1), 35-40. https://doi.org/10.17979/reipe.2015.2.1.721
Brandão, G. R. (2014). Quando diferentes maneiras de cuidar se tornam problema: O ofício descuidado, uma experiência com a metodologia de instrução ao sósia. Cadernos de Psicologia Social do Trabalho, 17(2), 176-189. https://doi.org/10.11606/issn.1981-0490.v17i2p176-189
Clot, Y., Soares, D. H. P., Coutinho, M. C., Nardi, H. C., & Sato, L. (2006). Entrevista: Yves Clot. Cadernos de Psicologia Social do Trabalho, 9(2), 99-107. https://doi.org/10.11606/issn.1981-0490.v9i2p99-107
Clot, Y. (2007). A função psicológica do trabalho. Petrópolis: Vozes.
Clot, Y. (2009). Clinic of activity: The dialogue as instrument. In A. Sannino, H. Daniels, & K. Gutiérrez (Eds.), Learning and expanding with activity theory (pp. 286-302). Sage.
Clot, Y. (2010). Trabalho e poder de agir. Belo Horizonte: Fabrefactum.
Clot, Y. (2013). O ofício como operador de saúde. Cadernos de Psicologia Social do Trabalho, 16(spe), 1-11. https://doi.org/10.11606/issn.1981-0490.v16ispe1p1-11
Clot, Y. (2017). O Higienismo contra o trabalho de qualidade. Horizontes Interdisciplinares da Gestão, 1(1), 114-124. http://hig.unihorizontes.br/index.php/Hig/article/view/11
Clot, Y., & Kostulski, K. (2011). Intervening for transforming: The horizon of action in the Clinic of Activity. Theory & Psychology, 21(5), 681-696. https://doi.org/10.1177/0959354311419253
Creswell, J. W., & Creswell, J. D. (2007). Projeto de pesquisa: Métodos qualitativo, quantitativo e misto. Penso Editora.
Dazzani, M. V. M., Cunha, E. O., Luttigards, P. M., Zucoloto, P. C. S. V. do, & Santos, G. L. dos (2014). Queixa escolar: uma revisão crítica da produção científica nacional. Psicologia Escolar e Educacional, 18(3), 421-428. http://dx.doi.org/10.1590/2175-3539/2014/0183762
Diehl, L., & Marin, A. H. (2016). Adoecimento mental em professores brasileiros: Revisão sistemática da literatura. Estudos Interdisciplinares em Psicologia, 7(2), 64-85. https://doi.org/10.5433/2236-6407.2016v7n2p64
Facci, M. G. D., Urt, S. D. C., & Barros, A. T. F. (2018). Professor readaptado: a precarização do trabalho docente e o adoecimento. Psicologia Escolar e Educacional, 22(2), 281-290. https://doi.org/10.1590/2175-3539201802175546.
Fernandez, G., & Clot, Y. (2010). Entrevistas en auto-confrontación: un método en clínica de la actividad. Informática na Educação: Teoria & Prática, 13(1), 11-16. https://doi.org/10.22456/1982-1654.15135
Freire, P. (2015). Pedagogia da autonomia: saberes necessários à prática educativa. Rio de Janeiro, RJ: Paz e Terra. (Originalmente publicado em 1996).
González Rey, F. (2002). Pesquisa qualitativa e subjetividade. São Paulo: Thomson.
Guilherme, A. A., & Picoli, B. A. (2018). Escola sem Partido - elementos totalitários em uma democracia moderna: uma reflexão a partir de Arendt. Revista Brasileira de Educação, 23, 1-23. http://dx.doi.org/10.1590/s1413-24782018230042
Kostulski, K. (2011). Development of activity through reflection: the case of the public prosecutor's lapsus linguae. Journal of Organizational Change Management, 24(2), 191–210, 2011. https://doi.org/10.1108/09534811111119762
Lei nº 9394, de 20 de dezembro de 1996. (1996, 20 de dezembro). Estabelece as diretrizes e bases da educação nacional. Presidência da República. https://bit.ly/3WLpLVs
Lelis, I. (2012). O trabalho docente na escola de massa: desafios e perspectivas. Sociologias, 14(29), 152-174. https://doi.org/10.17060/ijodaep.2017.n1.v3.979
Melo, É. S. de, & Bastos, W. G. (2012). Avaliação escolar como processo de construção de conhecimento. Estudos em Avaliação Educacional, 23(52), 180-203 https://doi.org/10.18222/eae235220121936
Melo, J. W. R. de (2016). O Olhar Sobre o Livro Didático na Perspectiva Docente: uma tentativa de análise do currículo em ação. Educativa, 19(1), 259-280. https://doi.org/10.18224/educ.v19i1.5024
Motta, V. C. (2016). Investimento social privado em educação: desmonte do caráter público da educação. Revista HISTEDBR On-Line, 16(68), 323–337. https://doi.org/10.20396/rho.v16i68.8644082
Motta, V., & Leher, R. (2017). Trabalho docente no contexto do retrocesso do retrocesso. RTPS - Revista Trabalho, Política E Sociedade, 2(3), 243-258. https://doi.org/10.29404/rtps-v2i3.3580
Morais, L. A., Souza, K. R., & Santos, G. B. (2018). Intensificação e precarização social do trabalho de professores de escola pública: Um estudo exploratório na região da baixada fluminense (RJ). Trabalho Necessário, 16(29), 218-236. https://doi.org/10.22409/tn.16i29.p4641
Nóvoa, A. (2017). Firmar a posição como professor, afirmar a profissão docente. Cadernos de Pesquisa, 47(166), 1106-1133. http://dx.doi.org/10.1590/198053144843.
Oliveira, D. A. (2004). A reestruturação do trabalho docente: precarização e flexibilização. Educação & Sociedade, 25(89), 1127-1144. http://dx.doi.org/10.1590/S0101-73302004000400003
Oliveira, D. A. (2007). Política educacional e a re-estruturação do trabalho docente: Reflexões sobre o contexto latino-americano. Educação & Sociedade, 28(99), 355-375. https://doi.org/10.1590/S0101-73302007000200004
Oliveira, D. A. (2010). Os trabalhadores da educação e a construção política da profissão docente no Brasil. Educar em Revista, (spe_1), 17-35. http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0104-40602010000400002&lng=en&tlng=pt.
Piovezan, P. R.; Ri, N. M. D. (2019). Flexibilização e Intensificação do Trabalho Docente no Brasil e em Portugal. Educação e Realidade, 44(2), 1-21. https://doi.org/10.1590/2175-623681355
Pinheiro, F. P. H. A., Costa, M. F. V., Melo, P. B., & Aquino, C. A. B. (2016). Clínica da Atividade: conceitos e fundamentos teóricos. Arquivos Brasileiros de Psicologia, 68(3), 110-124. Recuperado de http://pepsic.bvsalud.org/pdf/arbp/v68n3/09.pdf
Reis, B. M., & Cecílio, S. (2014). Precarização, trabalho docente intensificado e saúde de professores universitários. Trabalho & Educação, 23(2), 109-128. https://periodicos.ufmg.br/index.php/trabedu/article/view/9141
Reis, M. C & Ramos, L. (2011). Escolaridade dos pais, desempenho no mercado de trabalho e desigualdade de rendimentos. Revista brasileira de economia, 65(2), 177-205. http://dx.doi.org/10.1590/S0034-71402011000200004.
Rocha, M. L. D., & Aguiar, K. F. D. (2003). Pesquisa-intervenção e a produção de novas análises. Psicologia: Ciência e Profissão, 23, 64-73. https://doi.org/10.1590/S1414-98932003000400010
Ruelland-Roger, D. (2013). Gênero de atividades profissionais, variantes estilísticas e genericidade em clínica atividade. Cadernos de Psicologia Social do Trabalho, 16(spe1), 133-144. https://doi.org/10.11606/issn.1981-0490.v16ispe1p133-144
Santos, M. (2006). Análise psicológica do trabalho: dos conceitos aos métodos. Laboreal, 2(1), 1-14. https://doi.org/10.4000/laboreal.13678
Silva, R. V. S., Deusdedit-Júnior, M., & Batista, M. A. (2015). A relação entre reconhecimento, trabalho e saúde sob o olhar da Psicodinâmica do Trabalho e da Clínica da Atividade: debates em psicologia do trabalho. Gerais: Revista Interinstitucional de Psicologia, 8(2), 415-427. Recuperado de http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1983-82202015000300010&lng=pt&tlng=pt.
Souza, V. A. de. (2017). Políticas públicas e trabalho docente: a política do PDE-Escola e os desdobramentos da lógica de accountability. Revista Educação e Políticas em Debate, 6(1), 157-176. https://doi.org/10.14393/REPOD.issn.2238-8346.v6n1a2017-11.
Ribeiro, V. M. & Vóvio, C. L. (2017). Desigualdade escolar e vulnerabilidade social no território. Educar em Revista, (spe_2), 71-87. http://dx.doi.org/10.1590/0104-4060.51372.
Tripp, D. (2005). Pesquisa-ação: uma introdução metodológica. Educação e pesquisa, 31(03), 443-466. https://doi.org/10.1590/S1517-97022005000300009
Vieira, R. A. & Fernandes, C. P. (2011). Avaliações externas em foco: percepções e efeitos para o trabalho docente. Educação em Perspectiva, 2(1), 119-132. https://doi.org/10.22294/eduper/ppge/ufv.v2i1.136.
Vygotsky, L. S. (1996). Obras Escogidas. Tomo IV. Madri: Visor.
Yin, R. K. (2010). Estudo de caso: planejamento e métodos. Porto Alegre: Bookman. (Originalmente publicado em 1984).
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
A submissão de originais para este periódico implica na transferência, pelos autores, dos direitos de publicação impressa e digital. Os direitos autorais para os artigos publicados são do autor, com direitos do periódico sobre a primeira publicação. Os autores somente poderão utilizar os mesmos resultados em outras publicações indicando claramente este periódico como o meio da publicação original. Em virtude de sermos um periódico de acesso aberto, permite-se o uso gratuito dos artigos em aplicações educacionais e científicas desde que citada a fonte conforme a licença CC-BY da Creative Commons.