O valor da floresta: trajetória histórica dos Paiter Suruí no uso dos recursos florestais na Terra Indígena Sete de Setembro

Autores

DOI:

https://doi.org/10.17058/redes.v26i0.16758

Palavras-chave:

Fronteira, Desenvolvimento, Recursos, Sustentabilidade

Resumo

A expansão da fronteira agrícola brasileira na Amazônia gerou profundas mudanças nos modos de vida de povos e comunidades tradicionais e em suas relações com os recursos naturais. Os grandes projetos de infraestrutura implementados na Amazônia, na esteira do desenvolvimentismo, promoveram usos desiguais e insustentáveis do solo, tornando vulneráveis as populações indígenas e seus territórios. Neste artigo buscamos analisar as transformações na concepção e uso dos recursos florestais pelo povo indígena Paiter Suruí, na Terra Indígena Sete de Setembro. O estudo baseou-se no método documental e as análises foram conduzidas com base no Ecossocialismo (LÖWY, 2013; 2014). Os resultados apontam para uma compreensão crescente, por parte do povo Paiter Suruí, do valor da floresta em “pé” para geração de renda, principalmente por meio do uso da biomassa florestal para sequestro de carbono; indicam também a introdução dessa etnia no debate internacional sobre a crise ambiental e o aquecimento global.

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Biografia do Autor

Sheylla Chediak, Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Rondônia

Doutora em Educação Escolar pela Universidade Estadual Paulista "Júlio de Mesquita Filho". Mestre em Psicologia na linha de Psicologia Escolar e Processos Educativos pela Universidade Federal de Rondônia. Docente do Instituto Federal de Rondônia.

Ivaneide Bandeira Cardozo, Mestre em Geografia pela Universidade Federal de Rondônia. Doutoranda em Geografia pela mesma universidade.

Indigenista e diretora da ONG Associação de Defesa etnoambiental Kanindé.

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Publicado

2021-12-23

Como Citar

Barbosa, X. de C., Chediak, S., & Cardozo, I. B. (2021). O valor da floresta: trajetória histórica dos Paiter Suruí no uso dos recursos florestais na Terra Indígena Sete de Setembro. Redes, 26. https://doi.org/10.17058/redes.v26i0.16758

Edição

Seção

Territórios e transições para a sustentabilidade