Resistência propositiva popular: em tempos de marco de referência e disputas por outra educação
DOI:
https://doi.org/10.17058/rea.v30i1.16054Palavras-chave:
Educação Popular, Neoconservadorismo, Resistência Propositiva PopularResumo
Este texto visa contribuir para a reflexão sobre resistência propositiva popular no enfretamento das políticas públicas de educação neoconservadoras e neoliberais, evidenciando princípios, diretrizes, conceitos e experiências do campo da educação emancipatória. Nesse contexto, analisa o documento publicado no ano de 2014: “Marco de Referência de Educação Popular para as Políticas Públicas”, evidenciando elementos e contradições que revelam opções relativas à elaboração de políticas educacionais, desenvolvidas em períodos históricos que antecederam a eleição presidencial de 2018. Valendo-se das contribuições de Dussel (1986, 1997, 2007) e Freire (1996, 2000, 2005, 2011), retomam-se acontecimentos recentes e possibilidades de educação utópica, para compreender e anunciar contraposições à educação para a subordinação das classes populares como política pública de educação e ao fortalecimento da agenda de mercantilização do conhecimento e abandono do caráter público, laico, gratuito e social das instituições públicas de ensino, em decorrência do resultado das urnas referente à escolha do presidente do Brasil para o período de 2019 a 2022.
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