Criação e recriação: um olhar para a obra do poeta e tradutor Paulo Henriques Britto
DOI:
https://doi.org/10.17058/signo.v46i87.16258Palavras-chave:
Tradução literária. Paulo Henriques Britto. Nenhum mistério. Uma arte. Nenhuma arte. Ao sair da salaResumo
Partindo do pressuposto de que escrever um texto literário e reescrevê-lo em outro idioma são práticas intertextuais que nutrem uma à outra, o presente artigo se propõe a analisar a relação entre produção literária e tradução literária na obra do poeta-tradutor brasileiro Paulo Henriques Britto, especificamente em sua mais recente publicação, Nenhum mistério (2018). O título do livro remete à tradução do poema de Elizabeth Bishop intitulado “One Art”, cujo primeiro verso Britto assim traduz: “A arte de perder não é nenhum mistério” (2001). Com base na leitura e discussão de textos sobre tradução literária (CAMPOS, 1981, 2013; ARROJO, 1993, 2007; BORGES, 1986; PAZ, 2009; CARVALHAL, 1993; BRITTO, 1999, 2012), são examinados três poemas de autoria de Britto – “Nenhuma arte”, “Nenhum mistério” e “Ao sair da sala” – que sugerem um diálogo com dois poemas traduzidos pelo poeta brasileiro, a saber, “One Art” de Elizabeth Bishop (2001) e “As you leave the room”, de Wallace Stevens (2017). A análise possibilita a reflexão sobre as relações entre a prática tradutória de Britto e sua produção poética.Downloads
Referências
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