Belchior e o senso carnavalesco do mundo: das reminiscências a uma aporia
DOI:
https://doi.org/10.17058/signo.v47i89.17303Palavras-chave:
Bakhtin, Belchior, Senso carnavalesco do mundo, Carnavalização, Elogio da loucuraResumo
Dentre as teses que tornaram célebre o nome de Mikhail M. Bakhtin, certamente, podemos contar sua discussão em torno da carnavalização, elaborada a partir de um amplo estudo da obra de François Rabelais. A grande questão é que, não raro, as tentativas de enxergar a carnavalização para além de Rabelais têm engendrado certo reducionismo do conceito. No presente texto, então, buscamos apresentar os termos da carnavalização, tal como Bakhtin a apresenta em seu Problemas da poética de Dostoiévski, de 1963, e, sobretudo, em A cultura popular na Idade Média e no Renascimento: o contexto de François Rabelais, de 1965. A partir das considerações de Bakhtin, tecemos uma reflexão a respeito da obra do compositor e cantor brasileiro Antônio Carlos Belchior. Na impossibilidade de perscrutar, aqui, toda a extensa obra de Belchior, nossa reflexão focaliza o álbum Elogio da loucura, de 1988. De modo semelhante, por não ser possível, aqui, discorrer detidamente sobre todas as canções do referido álbum, optamos por observações pontuais a respeito de algumas canções e, então, para uma análise mais detida, voltamo-nos à canção que fecha o álbum, nomeadamente, “Arte final”. Em seu todo, a reflexão proposta no presente trabalho busca sustentar a hipótese de que, na obra de Belchior, subjazem reminiscências do senso carnavalesco do mundo e, com elas, uma aporia.
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Referências
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