As memórias ficcionais de um cárcere factual: relendo a H(h)istória nas memórias literárias de Graciliano Ramos

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DOI:

https://doi.org/10.17058/signo.v48i92.18133

Palavras-chave:

Memórias do Cárcere, Literatura, História, (re)leitura

Resumo

Ao pensarmos as construções linguísticas humanas, podemos compreender, em uma relação recíproca, que a História pode tratar da Literatura, assim como a Literatura pode ler (e contar) a História. Nesse sentido, estabelece-se uma relação que desestabiliza uma série de pressupostos, como, por exemplo, os limites entre realidade e ficção. Como seria possível separar o que é real e o que é criação ficcional? Talvez não se trate disso. Talvez o principal e mais fortuito modo de lidar com a questão seja, precisamente, trabalhar com a possibilidade do hibridismo. Sendo que esse, então, proporciona uma amplitude que não afasta, mas aproxima a Literatura e a História, tendo-as como complementares uma à outra. A partir disso, buscamos um estudo do texto Memórias do Cárcere (1953), de Graciliano Ramos, pensando-o não apenas como criação narrativa poética, mas também como registro histórico. Para isso, deve-se levar em conta, ainda, o contexto de produção e, posteriormente, de publicação do livro, lembrando que foi escrito em um período histórico no qual ainda não se mencionava, livremente, a repressão sofrida pelos presos políticos no governo de Getúlio Vargas. Destarte, a sua trama narrativa pode ser lida como relativização ou até mesmo desconstrução do discurso oficial da época, divulgado por inúmeros meios de circulação. Propomo-nos, então, por fim, a observar o texto de Graciliano como linguagem literária que permite uma releitura da história.

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Biografia do Autor

Amanda Lais Jacobsen de Oliveria, Universidade Federal do Sul e Sudeste do Pará

É professora adjunta do magistério superior, na Faculdade de Línguas Estrangeiras e Tradução (FALET) da Universidade Federal do Sul e Sudeste do Pará (Unifesspa), na cidade de Marabá-PA. Possui graduação em Licenciatura em Letras Português-Inglês pela Universidade Tecnológica Federal do Paraná - Campus Pato Branco (2014), mestrado em Letras pela Universidade Federal de Santa Maria (UFSM, 2016) e doutorado em Letras pela mesma instituição (2021), como bolsista Capes. Tem experiência na área de Letras, com ênfase em Literatura, atuando principalmente nos seguintes temas: literatura, cultura e interdisciplinaridade, literatura comparada, literaturas de língua inglesa.

Juliana Prestes de Oliveira, Universidade Federal de Santa Maria

É Doutora e Mestra em Letras Literatura pelo Programa de Pós-Graduação em Letras da Universidade Federal de Santa Maria - UFSM. Graduada em Letras pelo Curso de Licenciatura em Letras Português-Inglês, da Universidade Tecnológica Federal do Paraná - UTFPR - Câmpus Pato Branco e tem Especialização em TIC aplicadas à educação - EaD, pela Universidade Federal de Santa Maria - UFSM. Atualmente é professora de Língua Portuguesa, no Ensino Fundamental - Anos Finais, em escola privada e em cursinho preparatório, tutora EaD no curso de Letras Português e Literatura da UAB/UFSM e coorientadora de PIBIC Ensino Médio na UFSM.

Nícollas Cayann Teixeira Dutra, Universidade Federal de Santa Maria

Bacharel em Relações Internacionais pela Universidade Federal de Pelotas. Mestre em Literatura Comparada pelo PPGLC - UNILA com foco em estudos culturais e Literatura de Viagem. Doutor pelo Programa de Pós-Graduação em Letras da Universidade Federal de Santa Maria e Graduando em Letras Espanhol pela mesma instituição. Phd Visiting na Università di Bologna e na Tallinna Ülikool. Professor de línguas na Antonio Meneghetti Faculdade nas disciplinas de Língua inglesa

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Publicado

2023-08-14

Como Citar

Jacobsen de Oliveria, A. L., Prestes de Oliveira, J., & Cayann Teixeira Dutra, N. (2023). As memórias ficcionais de um cárcere factual: relendo a H(h)istória nas memórias literárias de Graciliano Ramos. Signo, 48(92), 159-172. https://doi.org/10.17058/signo.v48i92.18133

Edição

Seção

v. 48, n. 92, 2023 Dossiê América Latina: embates, memórias e resistências na li