Autodestruição, sacrifício e comunidade em Romance de la negra rubia (2014), de Gabriela Cabezón Cámara
DOI:
https://doi.org/10.17058/signo.v48i92.18233Palavras-chave:
Romance de la Negra Rubia, Comunidad, Sacrificio, AutodestrucciónResumo
Este trabalho tem como proposta articular as categorias de autodestruição, sacrifício e comunidade a partir da leitura da novela Romance de la negra rubia (2014), de Gabriela Cabezón Cámara, focalizando no périplo da protagonista. Sua ação fundamental de jogar líquido inflamável por todo o corpo e se queimar viva é entendida, aqui, como uma experiência autodestrutiva diferente da de um suicídio. Via postulados de Bataille (2007) e, ainda, a partir da leitura que Espósito realiza a respeito de Bataille (2006), pode-se tomar o sacrifício como um evento “fundante” (CABEZÓN CÁMARA, 2014, p. 32). O eixo em um processo de subjetivação e afetação que transcende a dimensão puramente existencial do suicídio, como a observada em Camus em El mito de Sísifo (1942), passa para uma dimensão coletiva: a possibilidade da comunidade. Diferentemente do martírio cristão, o texto de Cabezón Cámara se descentraliza em direção ao corpo, inserindo-o em um processo cujos efeitos para com os outros escapam ao indivíduo que se oferece como sacrificado: sua morte voluntária, ou a possibilidade dessa morte, converte-se em um fato predominantemente político, ou melhor, de resistência política diante dos embates da violência estatal articulada com o despejo enquanto prática predatória do capitalismo em seu estado atual. A autodestruição aparece em Cabezón Cámara como mecanismo de resistência radical e sua instauração como sacrifício como a possibilidade de fundar uma memória coletiva.
Downloads
Referências
ANÓNIMO. La Dança de la muerte. Madrid: Visor, 1982. 127 p.
AGUSTÍN, SANTO. Obras de San Agustín en edición bilingüe. Tomo XI: Cartas 2°. Madrid: La Editorial Católica, 1953. 1108 p.
ANDRÉS GONZÁLES-COBO, Ramón. Semper dolens. Historia del suicidio en Occidente. Barcelona: Editorial Acantilado, 2015. 499 p.
BATAILLE, George. Teoría de la Religión. Madrid: Editorial Taurus, 2018. 320 p.
BATAILLE, George. El Erotismo. Barcelona: Editorial Tusquets, 2007. 321 p.
BATAILLE, George. La conjuración sagrada. Buenos Aires: Editorial Adriana Hidalgo, 2003. 267 p.
BATAILLE, George. La experiencia interior. Madrid: Editorial Taurus, 1974. 210 p.
CABEZÓN CÁMARA, Gabriela. Lo que tengo para decir. La mirada perdida, CCK, marzo/abril 2020c. Disponible en línea: <https://www.cck.gob.ar/episodio-4-lo-que-tengo-para-decir-por-gabriela-cabezon-camara/9113/>
CABEZÓN CÁMARA, Gabriela y ECHEVERRÍA, Iñaki. Beya (le viste la cara a Dios). Buenos Aires: Eterna Cadencia, 2013. 128 p.
CABEZÓN CÁMARA, Gabriela. Romance de la negra rubia. Buenos Aires: Eterna Cadencia, 2014. 77 p.
CABEZÓN CÁMARA, Gabriela y ECHEVERRÍA, Iñaki. Y su despojo fue una muchedumbre. Málaga: Editorial Cazador de ratas, 2015. 96 p.
CABEZÓN CÁMARA, Gabriela. La virgen cabeza. Barcelona: Literatura Random House, 2019. 190 p.
CABEZÓN CÁMARA, Gabriela. Las aventuras de la China Iron. Barcelona: Random House, 2020a. 192 p.
CABEZÓN CÁMARA, Gabriela. Le viste la cara a Dios. Santiago de Chile: Los libros de la mujer rota, 2020b. 62 p.
CAMUS, Albert. El mito de Sísifo. Buenos Aires: Editorial Losada, 2010. 153 p.
DELEUZE, Gilles. Spinoza y las tres Éticas. Nombres, 4 (2012): 95-108. Disponible en línea: <https://revistas.unc.edu.ar/index.php/NOMBRES/article/view/2029>.
DELEUZE, Gilles. Foucault. Buenos Aires: Paidós, 2015. 170 p.
DELEUZE, Gilles. La subjetivación: curso sobre Foucault III. Buenos Aires: Editorial Cactus, 2017. 222 p.
DURKHEIM, Émile. El suicidio. Buenos Aires: Editorial Gorla, 2004. 412 p.
ELIOT, T. S. La tierra baldía. Barcelona: Círculo de lectores, 2001. 22 p.
ESPÓSITO, Roberto. Communitas. Origen y destino de la comunidad. Buenos Aires: Amorrortu/editores, 2012. 214 p.
ESPÓSITO, Roberto. Categorías de lo impolítico. Buenos Aires: Editorial Katz, 2006. 329 p.
FOUCAULT, Michel. Historia de la sexualidad. Buenos Aires: Siglo XXI, 2014.
GIBBON, Edward. Historia de la decadencia y ruina del imperio romano. Tomo III. Madrid: Turner, 2012. 713 p.
LACORE, Araceli. Norma Arrostito: La iNNombrable. Agencia Paco Urondo, Buenos Aires, Dossier, mayo 2020. Disponible en línea: < https://www.agenciapacourondo.com.ar/dossier/norma-arrostito-la-innombrable>
LARA, Alí; ENCISO DOMÍNGUEZ, Giazú. El Giro Afectivo. Athenea Digital, n. 13(3), p. 101-119, nov. 2013. Disponible en línea: <http://dx.doi.org/ 10.5565/rev/athenead/v13n3.1060 >.
MONTES, Alicia. Genealogía del sacrificio: cuerpo y memoria en Romance de la negra rubia de Gabriela Cabezón Cámara. Debate Feminista. Año 28, vol. 56 (2018), pp. 26-42, octubre 2018-marzo 2019.
NIETZSCHE, Friedrich. La gaya ciencia. Madrid: Editorial Edaf, 2011. 381 p.
QUIGNARD, Pascal. Morir por pensar. Último Reino IX. Buenos Aires: Editorial El cuenco de plata, 2015. 190 p.
REAL ACADEMIA ESPAÑOLA. Diccionario de la lengua española. 2023 [Versión en línea]. Recuperado el 4 de enero de 2023, de https://dle.rae.es/
SCRIBANO, Adrián y DE SENA, Angélica. La Argentina desalojada: Un camino para el recuerdo de las represiones silenciadas. Boletín Onteaiken. N°16 (2013), pp. 58-79, noviembre 2013.
VENEGAS, Cristian. “El movimiento Okupa: Resistencia contra el capitalismo”.
Perspectivas de la Comunicación. Vol 7, nº 1 (2014). pp. 97-131.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Declaro(amos) que o artigo submetido é pessoal, inédito, não representando reprodução, ainda que parcial, de obras de terceiros, assumindo a responsabilidade por todas as colocações e conceitos emitidos, bem como também autorizo(amos) sua publicação pela revista Signo, Universidade de Santa Cruz do Sul. Declaro(amos) exonerar a APESC/UNISC de todas e quaisquer responsabilidades, e indenizá-la por perdas e danos que venha a sofrer em caso de contestação (da originalidade e dos conceitos e ideias); Declaro(amos), caso o artigo seja aceito e publicado pela revista Signo, a cedência e transferência de forma definitiva e perpétua, irrevogável e irretratável, para a APESC, dos seus direitos autorais patrimoniais referentes ao artigo denominado nesta declaração, para utilização da APESC em finalidade educacional. Concordo(amos) e estou(amos) ciente(s) de que a publicação eletrônica é de livre acesso, regida com uma Licença Os autores que publicam na Signo retêm os direitos autorais de seu trabalho, licenciando-o sob a Creative Commons Attribution License que permite que os artigos sejam reutilizados e redistribuídos sem restrições, desde que o trabalho original seja corretamente citado. A Signo é propriedade da Associação Pró-Ensino em Santa Cruz do Sul e hospeda na plataforma Open Journal System. Creative Commons Atribuição 4.0 Internacional.