Violências, memórias e afetos na literatura argentina contemporânea

Autores

DOI:

https://doi.org/10.17058/signo.v49i95.19475

Palavras-chave:

literatura latino-americana, memória, violência, afetos, Camila Sosa Villada

Resumo

O artigo começa, como provocação inicial, analisando um meme sobre o estereótipo da violência latino-americana na literatura como um mal essencialista e descontextualizado que assola, sem nuances, nosso continente, para alertar sobre a importância de sua localização em formas específicas e situadas plenamente em sua historicidade. Nesse sentido, na segunda seção, são propostas três linhas ou percursos possíveis dentro da produção literária argentina do século XXI que se referem a três momentos históricos: a violência da fundação da nação nas releituras do clássico de nossa literatura, O gaúcho Martín Fierro, de José Hernández; a violência do Terrorismo de Estado instalado durante a última ditadura cívico-militar e seus efeitos nos filhos e nas filhas dessa geração; em relação à última via, o que podemos designar, em linhas gerais, como as diferentes modalidades da violência do sistema patriarcal no âmbito das produções de mulheres e outras identidades de gênero. Por fim, tendo em conta a última linha temática, o artigo centra-se na figura de Camila Sosa Villada cujo projeto de escrita é formulado a partir de um gesto afetivo chave: a escrita como um arranhão no mundo; uma escrita que opera uma ruptura no discurso literário contemporâneo para tornar visível a existência travesti. O conto “Cotita de la Encarnación” elabora, a partir da diferença sexual, de gênero e racial, alguns afetos negativos como estratégia para validar a existência diante da opressão e do opróbrio sofridos pelo mundo queer na América Latina.

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Publicado

2024-07-26

Como Citar

Fandiño, L. (2024). Violências, memórias e afetos na literatura argentina contemporânea. Signo, 49(95), 86-96. https://doi.org/10.17058/signo.v49i95.19475

Edição

Seção

v. 49, n. 95, 2024 – Futuros em ancestralidade: linguagens, culturas e identidad