Na corda bamba entre black-ties e blue-collars: marcadores sociais e relações de capital-trabalho no cinema de Leon Hirszman e Paul Schrader
DOI:
https://doi.org/10.17058/signo.v50i97.19929Palavras-chave:
Cinema, Marcadores sociais, Capital-trabalho, Eles não usam black-tie, Vivendo na corda bambaResumo
Convulsionadas por movimentos ativistas, as décadas de 1960 a 1980 constituem um período de insurreições trabalhistas nos Estados Unidos e no Brasil, com impacto em produções cinematográficas de ambos os países. Diante desse cenário, este artigo examina os filmes Eles não usam black-tie (Leon Hirszman, 1981) e Vivendo na corda bamba (Paul Schrader, 1978), com vistas a perscrutar como marcadores sociais (classe, raça e gênero) são articulados, em ambas as películas, às relações de capital-trabalho. Mediante análise calcada em hermenêutica comparativa, constatamos assimetrias nas formas como essas narrativas fílmicas abordam o modo de produção capitalista e seus impactos. Afinal, a brasileira se assenta no realismo panfletário, com tom apologético à luta de classe, enquanto sua congênere estadunidense, malgrado também engajada, assume perspectiva desalentadora, afinada com o realismo capitalista.
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