Democratização radical do livro? Notas a partir de experiências cartoneras
DOI:
https://doi.org/10.17058/signo.v50i97.20008Palavras-chave:
Livro, Editora Cartonera, Democratização radical, TemporalidadeResumo
O artigo busca entender como as propostas editoriais das editoras
cartoneras, que produzem livros com capas de papelão, incidem em
questionamentos sobre o direito de produção editorial e as formas de produção circulação-consumo de livros. As cartoneras se organizam de várias formas e estão presentes em distintos territórios e contextos, porém compartilham a ideia de cooperação e interconexão, criando novas formas de sociabilidade que, a nosso ver, democratizam radicalmente a edição, permitindo que mais pessoas possam participar desses processos. Partimos da compreensão de que as cartoneras podem representar formas de radicais de produção, a partir de uma espécie de anti confiscação das práticas livrescas.
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